10/05/2015 - CONDIÇÕES DIFERENTES DE LULA E DILMA NA ECONOMIA




Eleito com um discurso de mudanças radicais, o ex-presidente Lula fez o contrário do prometido, obtendo bom desempenho em oito anos. Por que? Primeiro, ele nomeou seu ministro da Economia, de fato, Henrique Meireles, eleito deputado federal pelo PSDB, para dirigir o Banco Central, que fez cumprir o tripé da economia, baseado no sistema de metas da inflação, superávit fiscal e câmbio flutuante. Segundo, aconteceu uma estupenda elevação dos preços das commodities. Terceiro, havia capacidade ociosa dos fatores de produção. Quarto, o consumo tinha grande espaço de crescimento. Quinto, também havia grande espaço de endividamento das famílias e Lula estimulou bastante o crédito para o consumo. Sexto, o déficit habitacional era maior do que sete milhões de moradias, sendo estimulada fortemente a construção civil. Sétimo, ao respeitar contratos, coisa que se temia devido ao seu discurso, gerou confiança dos empresários para investirem. Sétimo, o salário mínimo continuou tendo ganhos reais. Oitavo, gerou incentivos para a indústria automobilística, linha branca de eletrodomésticos e para a construção popular. Nono, partiu em direção a fazer investimentos em infraestrutura, criando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Décimo, atraiu capitais externos, para fazer o colchão de reservas internacionais, livrando o Brasil de ataque especulativo externo. Décimo primeiro, pagou a dívida com o Fundo Monetário Internacional, não se sujeitando mais ao seu receituário.  Décimo segundo, obteve o grau de investimento.

A presidente Dilma tentou fazer o mesmo que Lula, mas as boas condições da economia já tinham se esgotado. Mesmo assim, ela insistiu em extrapolar os fundamentos da economia. Primeiro, resolveu ser a dirigente da equipe econômica, baixando radicalmente os juros básicos, em cinco pontos percentuais em 2012, visando elevar a produção, mas obteve desconfiança dos empresários, quando começou assim intervencionista. Depois teve de elevá-los, para combater a inflação, conforme faz até hoje. Segundo, definiu margens para as parcerias público privadas, o que não agradou aos prováveis parceiros, além de ter reservado 30% da exploração da camada do pré-sal para a Petrobras, o que ela não tem condições de executar. Terceiro, baixou a conta de energia elétrica em cerca de 20%, tendo depois de aumentá-la, em 2013, 2014 e agora em 2015, aos níveis que elevaram bastante os efeitos inflacionários. Quarto, dirigindo 39 ministérios, no primeiro mandato, não havia tempo de despachar com todos e os mesmos tinham receio de cumprir sua parte, para não receberem repreensões, visto ser de um temperamento muito forte a presidente. Na verdade, foi de grande imobilismo o seu primeiro governo. Quinto, as contas públicas ficaram muito deterioradas, apresentando déficit fiscal primário, déficit na balança comercial, déficit grande nas contas correntes externas, de cerca de 7% do PIB. Quinto, gastou em demasia. Por exemplo, em 2014, gastou 13% do PIB quando somente arrecadou 3%. Enfim, comprometeu as contas públicas de tal maneira, que, no segundo mandato tem de corrigir os erros cometidos, começando com o ajuste fiscal. Para tal, jogou a economia em inevitável recessão. Se não o fizer o requerido ajuste, o Brasil poderá perder o grau de confiança internacional (grau de investimento).

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