19/05/2015 - INFRAESTRUTURA COM A CHINA
Previsto para chegar nesta semana
o primeiro ministro da China, Li Keqiang, acompanhado de 200 empresários,
visando negociar investimentos de US$53 bilhões em infraestrutura,
principalmente em ferrovias e energia. Cinco são os projetos principais visados
pelos chineses. (1) Ferrovia Transoceânica, ligando o Mato Grosso até o litoral
do Peru, a tão sonhada saída pelo oceano Pacífico. Assim, o escoamento das
safras de grãos poderá ter custo mais baixo do que o atual. A China também
ganhará com isto, visto que chegarão os seus produtos mais rápido e mais barato
ao Brasil. O investimento estimado é de US$10 bilhões. (2) Linha de transmissão
energética da usina de Belo Monte, trecho Minas Gerais/São Paulo, investimento
projetado de US$1,5 bilhão. (3) Aquisição de 49% da EDP do Brasil, segmento de
energia de parques eólicos, inversões de US$900 milhões. (4) Construção da
fábrica de automóveis Chery, em Jacareí, São Paulo, investimento estimado de
US$550 milhões. (5) Construção de fábrica de máquinas e equipamentos da Sany,
em Jacareí, São Paulo, inversões previstas de US$300 milhões. A missão chinesa
ainda deverá anunciar um fundo de US$50 bilhões para financiar investimentos
comuns em ambos os países. A notícia chega em boa hora, justamente no momento
em que o investimento público se reduziu até agora em 30%. Os chineses chegarão
pedindo a retirada de obstáculos as suas inversões. Espera-se que as
negociações tenham êxito. Porém, negócios nem sempre são fechados. Como
exemplo, a parceria da Petrobras com a Sinopec, para a construção de uma
refinaria no Maranhão não deu certo, já que a chinesa exigiu uma rentabilidade
mínima, dado que conhece a interferência governamental nos preços dos
combustíveis. Os chineses têm interesse nos referidos investimentos porque
abrem mercados por meio de ferrovias, rodovias e portos marítimos. Seria uma
nova rota da seda para eles. Rota que no passado era corredor que estreitava o
comércio entre os continentes.
As diferenças entre Brasil e
China se devem grandemente a que a China tem a segunda economia do mundo e o
Brasil a sétima. A China cresce 7% ao ano e o Brasil está em recessão. A China
é uma economia muito aberta e o Brasil uma economia muito fechada. A China é
hoje o maior parceiro comercial brasileiro. Mas, os chineses não vêm aqui
preocupados com o Brasil e sim com eles, que precisam crescer, para adiar uma
provável bolha do mercado imobiliário ou do mercado financeiro, de excesso de
divisas, que eles precisam jogar para frente ou adiar “para sempre”.
O fato é que, novos aportes de
capital poderão diminuir a forte recessão prevista para este ano e de baixo
crescimento para os próximos.
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