02/05/2015 - INDÚSTRIA PERDE PESO NO PIB
A revisão metodológica que fez o
IBGE colocou o setor industrial brasileiro representando 10,9% do agropecuário
está por volta de 33%, sendo o agronegócio 23% e a pequena produção 10%,
compondo com 56,1% do setor de serviços. Tal representação industrial é
depurada, visto que a agroindústria é computada no setor agropecuário, forte segmento
de matérias primas, minérios, semiprocessados ou semibeneficiados.
Em 1703, pelo tratado de Methuen,
Portugal se comprometia não desenvolver indústrias nas suas colônias, enquanto
a Inglaterra lhe forneceria bens industrializados. Quer dizer, no século XVIII
iria haver a revolução industrial e o Brasil estava proibido de ingressar nela.
Veio a Independência, a República Velha e cresceu no País uma indústria
incipiente. Após 1930, o governo de Vargas irá proteger indústrias, mediante
mecanismo conhecido por processo de substituição das importações. Quando nos
anos de 1950 foram criadas as grandes estatais da infraestrutura, petróleo e
bancos, além de ser dinamizada a construção civil e a implantação da indústria
automobilística, a indústria brasileira deu um saldo e atingiu 25% do PIB em
1985. Contudo, os choques do petróleo dos anos de 1973 e 1979, repercutiram
fortemente nos custos industriais. A indústria começou a recuar da sua
participação no PIB. Em 1990, a lei da competitividade, abriu à concorrência
internacional e segmentos inteiros não competitivos desapareceram. Embora
existem grandes indústrias brasileiras, o fato é que os custos de produção
delas, elevada carga tributária, somados aos custos de logística com
transportes, o produto manufaturado brasileiro fica mais caro em 30% do que os
similares internacionais, advindos principalmente dos tigres asiáticos e da
China.
Em resumo, o Brasil precisa urgente
de nova política industrial. Mas, o governo federal somente fala no ajuste
fiscal, pelo menos, neste ano essa é a cantilena.
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