14/05/2015 - BAIXO GRAU DE INOVAÇÃO




A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem forte órgão de pesquisa, o que não seria diferente, para defender os interesses dos associados. A mais recente enquete, divulgada dia 12 deste, demonstra que 57% dos seus filiados pretendem aumentar os investimentos em inovação nos próximos cinco anos. Atualmente, a maior parte dos entrevistados, cerca de 54%, investem apenas 3% em inovação. Muito pouco. Os outros 46% investem menos. Na progressista Ásia os países investem de 5% a 15% em inovação. No conjunto, as companhias brasileiras afirmaram que a inovação faz parte da estratégia de negócios, por volta de 62% delas. Argumentam os empresários que os fatores que mais dificultam a inovação são a educação e a qualificação da mão de obra. Ressentem 89% dos capitalistas pesquisados de que os profissionais, que se encontram no mercado, para as inovações, chegam às empresas sem estarem suficientemente qualificados, precisando de treinamento. Os empresários pesquisados foram taxativos, quanto ao fato de os profissionais mais preparados serem aqueles de nível superior. O baixo grau de inovação afeta diretamente a competitividade. A própria CNI, em janeiro, divulgou exame de 15 dos maiores países do globo. O Brasil está situado em 14º lugar nesse ranking, somente à frente da Argentina. Em ordem de maior poder competitivo estão: China, Canadá (somente estes têm PIB maior do que o brasileiro, em 7º lugar), Índia, Espanha, Rússia, Austrália, Coréia do Sul, México, Polônia, África do Sul, Turquia, Chile, Colômbia, Brasil e Argentina.

As informações de corrupção reveladas pela operação Lava-Jato mostram ser ela grande obstáculo para a eficiência produtiva, fortemente associada à enorme burocracia e a gigantesca deficiência na infraestrutura. A esse respeito, também no dia 14 deste, a doleira Nelma Kodama, em mais de duas horas de sessão da CPI da Petrobras, em Curitiba, ela que está presa, condenada a 18 anos de prisão, declarou: “O Brasil é movido à corrupção. Uma vez que parou a corrupção, parou o Brasil. Faltou água, é a Lava-Jato. Subiu a energia, foi a Lava-Jato. Uma corrupção cobre outra corrupção. É o que chamamos no meu mercado de bike. Um santo cobrindo outro. Quebrou o vício, o círculo, aí o País entrou em crise. O País entrou em uma recessão”. Embora exagere, sem dúvida, os primeiros resultados mostram que se está  construindo novo quadro de relacionamento no âmbito da Petrobras, evitando o desvio de recursos, fato que poderá também ser estendido a outras estatais. Logicamente, menos corrupção, menos cartéis e as empresas são movidas a investir em inovação, para tornarem-se competitivas ou irão perecer.

Conforme dito acima que a inovação é uma função da educação, ambas em sentido positivo, ontem, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como tradicionalmente faz em examinar o potencial dos maiores países do mundo, elege adolescentes de 15 anos, aplicando provas de matemática e ciências, o chamado teste PISA, cuja variação tem sido o tamanho da amostra pesquisada das nações, cada vez mais crescente. Dessa vez, examinou adolescentes de 76 países, ocupando o Brasil a 60ª posição. Há décadas o Brasil vem ocupando as últimas posições. Considerando a sua quinta população do globo, o Brasil é aquele país, que mais tem potencial para alavancar grande desenvolvimento. Nos cinco primeiros lugares estão os países asiáticos de extraordinário avanço educacional: Singapura, Hong Kong, Coréia do Sul, Japão e Taiwan, vindo em sexto o primeiro país ocidental, a Finlândia, nos últimos lugares estão em 74º Honduras, em 75º África do Sul e em 76º Gana.

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