21/05/201- 42º RECUO CONSECUTIVO DO EMPREGO INDUSTRIAL
O IBGE divulgou ontem que o
emprego industrial recuou pelas 42ª vez consecutiva. Ou, três anos e meio de
demissões. A indústria hoje emprega o menor contingente de trabalhadores em
toda a série histórica da pesquisa realizada desde dezembro do ano 2.000.
Trata-se ainda da queda mais intensa desde outubro de 2009, ano recessivo,
caindo – 0,6%, também em ano recessivo. A terceira grande baixa consecutiva. O
setor industrial sofre com a competição de bens importados, além de retração
das exportações. Há muito tempo que os capitalistas da área reclamam também
contra os juros elevados, crédito restrito, baixa confiança deles mesmos,
devido também a elevada e crescente carga tributária, além de falta de
confiança dos consumidores. Quando considerado o primeiro trimestre de 2015, a
queda alcançou – 4,6%, na comparação com o mesmo período de 2014. Entre os
ramos pesquisados as retrações foram generalizadas com todos os 18 segmentos
pesquisados apresentando taxas negativas. A maior repercussão de – 11,9% veio
de máquinas e aparelhos eletrônicos, seguido de – 9,3% em produtos de metal e –
8,8% em meios de transportes. Números tão grandes permitem considerar que a
recessão deste ano não será pequena. O PIB industrial pode então situar-se
abaixo de 10% do PIB total no final do ano.
O cenário neste quase quinto mês
do ano continua ruim, mesmo com a vinda da missão da China, nesta semana, para
realizar cerca de US$53 bilhões de inversões em infraestrutura. Porém, têm sido
intenções de investimentos de cerca de 35 projetos, que já vem sendo negociados
há muito tempo, que deverão levar um bom tempo para materializar-se e trazer
efeitos benéficos. Mas, não deixa de ser boa notícia em meio de tantas ruins.
Por seu turno, a Confederação Nacional
do Comércio, que iniciou série histórica em janeiro de 2010, calculando o
indicador de Intenção de Consumo de Famílias, fixado em 100, pela primeira vez
caiu 6,3%, registrando 96,4 pontos em maio. A explicação da CNC é de que a desaceleração
da economia, somada ao avanço da inflação e a perda de renda estão levando as
famílias a adiarem as suas decisões de compras.
Voltando ao emprego industrial,
visualiza-se que ainda está longe o momento de recuperar-se, industrialmente já há
bastante tempo.
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