13/05/2015 - REFORMAS PEQUENAS NOS PORTOS MELHORARIAM QUARENTA POSIÇÕES
Muitas vezes nesta coluna, o
artigo se utiliza de pesquisa secundária, tendo o propósito de ampliar a
análise econômica. Ora, se os países que estão chegando ao grau de
desenvolvimento maduro tem buscado a abertura para o comércio exterior, tal
como fizeram os chamados tigres asiáticos, em especial, Coréia do Sul, Taiwan,
Singapura, os quais vieram na esteira do exemplo japonês, sendo agora o grande
exemplo a China, que há 30 anos emergiu da condição de um país muito pobre para
a segunda economia do planeta, porque não reforçar os caminhos que o Brasil
poderia seguir?
Assim, reformas pequenas nos
portos podem trazer ganhos bilionários, sem ser necessário reformar leis nem
assinar tratados. Bastam mudanças de gestão e na infraestrutura para levar o
comércio exterior brasileiro a novo patamar. Trata-se de estudo inédito do
Fórum Econômico Mundial, que está instalado em Davos, na Suíça, a que teve
acesso a revista Veja, datada de hoje. Conforme a classificação do citado
Fórum, Singapura é o país mais eficiente do mundo em comércio exterior. Entre
os da América Latina o Chile lidera aqui, estando em 35º lugar e na lista de
138 países acompanhados. O Brasil se encontra na 63ª posição do ranking. O
diretor da área de comércio internacional do citado Fórum pontuou que “o País
poderia tornar-se líder regional se encampasse a agenda de reformas”. Além do
mais, a adoção das pequenas reformas poderia levar o Brasil a um salto de
quarenta posições em dois anos.
Em síntese, a revista Veja
visualiza o caminho definido em três áreas, conforme se segue: Primeiro, na
alfândega se teria um ganho de US$8,8 bilhões. 1º passo – automatizar os
pagamentos fazendários; 2º passo – dobrar o número de funcionários nas alfândegas;
3º passo – reduzir de seis para três as tarifas portuárias. Segundo, na
eficiência portuária se teria um ganho de US$30,9 bilhões. 4º passo – programar
o funcionamento dos portos por 24 horas com a equipe necessária; 5º passo
separar o desembaraço alfandegário do controle fiscal; 6º passo – exigir o
envio de documentação prévia sobre cargas, para agilizar os desembaraços,
quando o navio atacar; 7º passo – reduzir de três dias para menos de 24 horas o
tempo para que o importador seja informado da chegada de sua carga ao porto.
Terceiro, melhorias na infraestrutura levaria ao ganho de US$44,2 bilhões. 8º
passo – adotar o transporte fluvial como prioridade nos investimentos em
infraestrutura; 9º passo investir no corredor logístico que liga o Centro Oeste
ao Norte, para aliviar a concentração de embarques no Sul e no Sudeste; 10º
passo – estimular o transporte marítimo de cargas entre os portos. No total,
ter-se-ia um ganho de US$84 bilhões, valor este tão expressivo que daria quase
para fechar o déficit em conta corrente do ano passado próximo de US$90
bilhões, alívio expressivo e que lançaria o Brasil em, como já referido, na 13ª
posição entre as 138 nações acompanhadas pela citada equipe do Fórum permanente
de Davos. Espera-se que o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior esteja indo em semelhante direção, lançando também nova política
industrial brasileira.
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