15/05/2015 - CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS
Não se vê falar mais na grande
imprensa sobre o decreto que criou conselhos para respaldar as decisões do
poder Executivo, visto que nem se cogita em colocá-lo em debates no Congresso,
estando engavetado. O propósito do PT e da presidente Dilma, que o editou,
seria governar com decisões dos conselhos, conforme existe em países de um
Executivo autoritário, conforme acontece em Cuba e na Venezuela. A democracia
verdadeira não aceita isso.
Conselhos de administração de
ministérios e estatais têm permitido escândalos de corrupção, tais como os
deste século XXI, conhecidos como “mensalão”, já julgado, “petrolão”, com
investigações em curso, “eletrolão”, “bndeszão”, dentre outros cogitados. O
mais recente escândalo está acontecendo com as investigações da Polícia
Federal, na operação Zelotes, efetuada no Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (CARF), órgão este constituído de funcionários graduados do ministério
da Fazenda e de empresários, mediante exame de 74 julgamentos de recursos,
evidenciou-se um enorme esquema de corrupção, na qual as empresas deixavam de
pagar imposto de renda, beneficiando com propinas membros do CARF. O órgão foi
desmontado. O valor aproximado do rombo é de cerca de R$20 bilhões. O
Ministério Público Federal (MPF) reuniu provas para anular vários julgamentos
do CARF, mas, acreditando que somente serão recuperados 25% deste valor, por
volta de R$5 bilhões.
Evidenciou-se que quadrilhas
atuavam junto ao CARF, revertendo ou anulando multas. O procurador da
República, Frederico Paiva, responsável pela condução da operação Zelotes no
MPF, afirmou no dia 14 deste, que várias medidas investigativas foram
indeferidas pela Justiça, dificultando a obtenção de provas. Ademais, alguns
julgamentos ocorrerão a mais de dez anos. As investigações começaram em março,
porém teve indeferidos pedidos de busca e apreensão, prisão temporária e
escutas telefônicas pela 10ª vara Federal de Brasília. Referido procurador,
contrariado, declarou: “É preciso que o Poder Judiciário entenda que provas
contra a corrupção só são obtidas com medidas invasivas”. As questões sobre
isto é que a Lei Anticorrupção não é tão ampla e não têm regulamentos para
permitir invasões, muitas das quais ferem direitos constituídos. É um caso
sério que tem que ser aperfeiçoado.
Acerca do reajuste fiscal em
curso, por causa, entre outras, sendo a principal o déficit fiscal (buraco no
caixa) de 0,6% do PIB (0,6XPIB de 2014, R$5,52 trilhões = R$33,12 bilhões), o
primeiro em 18 anos, embora tivesse prometido superávit fiscal, a recessão que
está sendo provocada, visando gerar 1,2% do PIB, correspondente a R$66 bilhões,
está combatendo pequenos prejuízos públicos, quando deveria mesmo era cortar
ministérios. Não é sem falta de anteprojeto, visto que o presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB), é o autor de reduzir de 39 ministérios para 20
ministérios. Por que não aprová-lo?
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