20/05/2015 - PRÁTICA INFLACIONÁRIA AMEAÇA VOLTAR
Antes do Plano Real, datado de
01-07-1994, uma prática inflacionária muito comum era as pessoas comprarem produtos
para fazer estoques em casa. Dessa maneira, havia uma grande demanda adicional,
que pressionava especulativamente a oferta, gerando inflação. A situação ficou
pior, quando os governos da Nova República (1985) resolveram fazer congelamentos
de preços e salários (1986-1991). A primeira febre de consumo ocorreu no Plano
Cruzado, em 1986. Depois, em 1987, maior febre consumista no Plano Bresser. Em
1989, febre mais alta de realização no Plano Verão. Em 1990, hiperinflação no
Plano Collor, ano em que ela atingiu o maior índice histórico de janeiro a
dezembro, de mais de 2.500%. Em 1991, hiperinflação no Plano Collor II. Assim,
no passado, anterior a 1994, quanto mais estoque de produtos, maior inflação. A
espiral era cada vez maior. Depois de 1994, no Brasil de 20 anos do Plano Real,
a inflação ficou geralmente menor do que dois dígitos, estando agora acima de
8%. Não é baixa. Também não passou de dois dígitos e as previsões de analistas
credenciados pelo Banco Central (BC), para os próximos anos são de que a
inflação não passará deles. Mas, tem ficado a ameaça. A prática inflacionária é
feita por aqueles que realizam suas compras nos atacados, devido as suas
necessidades de grandes compras. As famílias da atualidade, de uma maneira em
geral, não foram contaminadas. Por isso, que a política monetária tem sido de
elevação da taxa básica de juros, a SELIC, pelo BC, não tendo parado ainda.
Está a SELIC em 13,25%. Há projetistas que acreditam que somente cessará as
suas elevações no início do próximo ano em 14,50% anuais. Em seguida, a
política fiscal é de retornar a gerar superávit primário e acomodar as pressões
de demanda. Reestabelecendo o tripé (meta de inflação/superávit fiscal/câmbio
com intervenção), detonado no primeiro mandato, mas a atual equipe econômica
que de volta a estabilidade, havendo também intervenções do BC no câmbio
flutuante, para não deixar o dólar influenciar demais a taxa inflacionária
corrente.
No início desta semana (dia 18),
mais um boletim Focus do BC revela que a expectativa em relação à inflação este
ano volta a subir e só começará a dissipar-se a partir de 2016. O relatório
estima 8,31% para 2015. Semana anterior estava em 8,29%. Segundo as pesquisas
semanais, o futuro, para do próximo ano em diante, está sendo projetado de
melhores cores. Para 2016, o mercado financeiro estima inflação de 5,51%, como
fruto do ajuste fiscal. Mediante continuidade, para 2017, em 5,5%. Para 2018, 5%.
Para 2019, 4,59%. Nem assim se chegará ao centro da meta de 4,5%. Resta saber
se as eleições de 2018 não levará novo déficit fiscal, estourando o sistema de
metas de inflação. O fato é que a inflação nos níveis estimados projeta também
um PIB de baixo crescimento. Dessa forma as projeções são de uma década fraca de
desempenho para o País, que tem ficado para trás no concerto dos países
emergentes. O Brasil será ultrapassado pela Índia, conforme projeta o FMI, já neste
ano, ficando no máximo com o oitavo PIB mundial no final da década.
Comentários
Postar um comentário