23/03/2013 - AGÊNCIAS DE RISCO


Organizações internacionais que avaliam empresas, bancos e governos se chamam de agências de risco. Em grau doméstico, as instituições de crédito, órgãos públicos de acompanhamento de projetos, fundações, dentre outros, podem ter seus modelos próprios.  A análise de risco é uma análise basicamente de saúde financeira. Esta é definida pela capacidade de pagamento. Primeiro, vendo o segundo nível aqui referido, por exemplo, a capacidade de pagamento de um mutuário de crédito não deve ultrapassar 30% da renda do indivíduo, visto que ele paga INSS, imposto de renda e outras contribuições. Outra convenção, na análise de um projeto industrial, a amortização das prestações não deve ultrapassar 60% do saldo disponível de capacidade de pagamento do tomador.
Ao nível internacional, considera-se que um país tem capacidade de pagamento ou merece o título de ‘grau de investimento’, aquele cuja dívida pública líquida não ultrapasse, por exemplo, 40% do PIB. Mas, há outras exigências, tais como honrar contratos com pagamentos em dia e não possuir ativos de difícil liquidação. Muitas empresas já possuíam o grau de investimento. O Brasil somente o obteve a partir de maio de 2008. As maiores agências são; a Moody’s, a Fitch, a Goldman & Sachs, a Austin. Estas costumam dar notas, conforme critérios pré-estabelecidos por elas.
A Moody’s rebaixou anteontem a nota de crédito internacional da Caixa Econômica Federal, do BNDES e do BNDES-PAR, de A3 para Baa2. Ora, “A” é excelente, conforme se sabe; “B” é bom. Conforme a citada agência, o rebaixamento ocorreu devido ‘à deterioração na qualidade de crédito’ dessas instituições financeiras. Consoante a Moody’s: “o governo tem exigido que o BNDES e a Caixa contribuam com um montante elevado de dividendos, recompondo, ao mesmo tempo, as bases de capital desses bancos, com injeções de capital, sem o desembolso de caixa”. Trata-se de uma manobra contábil não apreciada por ela, visto que essa pratica limita a capacidade dos bancos de absorverem perdas em situação de estresse. Em outras palavras, manobras governamentais com dinheiro público põem em risco a saúde financeira de seus bancos e desacreditam o País lá fora. Isso não é bom, porque ameaça a conquista quer foi o grau de investimento desde maio de 2008.

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