22/03/2013 - SETOR EXTERNO ESTAGNADO
Nas raízes da colonização brasileira, os europeus, capitaneados por Portugal, mas com invasões holandesas, francesas, inglesas, direta ou indiretamente, visto que o tratado de Methuen, de 1703, entre Portugal e Inglaterra, proibia a indústria no Brasil, tinham como fito a exploração, escravização, dilapidação, sem o interesse de povoamento e desenvolvimento da Colônia. O pior de tudo, o Brasil Independente, em 1822, assumiu a divida externa portuguesa para com a Inglaterra, condição de reconhecimento da independência pelos ingleses, cujo Portugal estava destroçado pelas invasões napoleônicas, além do Brasil de constituir dívida adicional, com a Inglaterra, para realizar as guerras de independência com Portugal. Dessa maneira, as exportações imperiais muitas vezes não davam para quitar parcelas das dívidas vencidas anualmente, o que obrigava ao Brasil a rolar a dívida pública. Isto é, tomar mais empréstimos externos. Portanto, essa prática nunca deixou de existir. A situação sempre foi de eterna dependência da economia brasileira ao setor externo. Porém, com a estabilidade, advinda de 1994, bem como com o ‘boom’ chinês, isto é, a forte demanda e consequente elevação de preços das matérias primas na primeira década deste século, a balança comercial vem sendo superavitária há mais de dez anos. Infelizmente, a cada ano, o saldo vem minguando e o comércio externo de 2013 está praticamente estagnado.
Conforme a coluna de Miriam Leitão, de ontem, no jornal O Globo: “Não será pelo comércio com o exterior que a economia vai crescer mais forte este ano. A balança comercial carrega um déficit de US$5,5 bilhões até a terceira semana de março e a corrente do comércio está 1,9% menor que a do mesmo período de 2012. A exportação caiu 10% e a importação subiu 5%. O setor de petróleo e derivados tem um rombo de US$2,6 bilhões em menos de três meses. O déficit do setor de petróleo e derivados deve ficar, ao longo do ano, em US$11 bilhões, segundo projeção da RC Consultores. Se a conta for feita com derivados, o déficit será de US$17 bilhões” ... “o ano fechará com saldo positivo de US$14 bilhões”, na balança comercial. Portanto, será muito insuficiente para fechar o saldo do balanço de transações correntes, sendo a diferença composta por ingresso de capitais estrangeiros. Logo, o crescimento econômico de 2013 terá de ser mais pelo desempenho da economia doméstica.
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