06/03/2013 - PORTOS A SEREM DESTRAVADOS
Um exemplo de como a rigidez das
normas brasileiras, a burocracia em geral, são os portos. Até Dom João VI
aportar em Salvador, em 28-01-1808, qualquer mercadoria para vir ao Brasil
teria de passar por Portugal. Através de carta régia Dom João abriu os portos
para o mundo. No conjunto, para estudo divulgado no Fórum Econômico Mundial, em
Davos, Suíça, entre 144 países a colocação nacional é a 135ª. A liberação na
alfândega de mercadorias importadas, por vistorias, é um processo lento, que
leva em média 5 dias. Para fins de comparação, na China, 3. Na Costa do Marfim,
2. Na Alemanha, 1. No Chile, 1. Em Cingapura,1. A burocracia retira a
competitividade das exportações brasileiras, medida pelo custo adicional de cada
contêiner ser de 700 dólares na Rússia. No Brasil, 690; na Índia, 539; nos
Estados Unidos, 250; na Alemanha, 172; em Cingapura, 136 dólares. Em suma,
pesquisa da consultoria Booz & Company apontou que os usuários colocam em
ordem de dificuldades: as exigências burocráticas, portos saturados, acesso
rodoviário difícil, custos e tarifas elevadas. Operar no porto de Suape, por
exemplo, um dos mais novos do País, em Pernambuco, custa cinco vezes mais do
que em Cartagena, na Colômbia, e o triplo no de Hamburgo, na Alemanha. Outro
exemplo, em Santos, o maior porto do Brasil, um contêiner fica em média 12 dias
parado, enquanto somente fica semelhante contêiner três dias em Hamburgo.
Dessa maneira, uma ação
consequente da União foi mandar ao Congresso a Medida Provisória dos Portos,
no. 595 (MP-595), estabelecendo novas regras para as concessões de portos
públicos. Ao invés de entregar um terminal à empresa que pagar mais, o vencedor
do leilão será o que oferecer menor tarifa combinada com o melhor serviço. A
esperança governamental é de atrair inversões de R$55 bilhões até 2017. Nos
últimos onze anos, a inversão publica na área foi de somente R$3 bilhões.
As duas primeiras críticas para a
MP-595 vêm do empresariado já instalado em concessões portuárias e dos trabalhadores.
Os capitalistas alegam a insegurança jurídica da MP, visto que eles investiram
com vistas à renovação das concessões, o que pode não acontecer, havendo
prejuízos para eles, já que a mão de obra por eles empregada é mais cara do que
a das novas concessões. Por seu turno, os trabalhadores protestam também pela
redução provável do custo da mão de obra. No dia 18 de fevereiro, portuários de
Santos invadiram um navio chinês, impedindo a descarga.
O fato é que a MP-595 é proativa.
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