28/06/2012 - CRÉDITO TURBINADO



O caminho até agora mais procurado pelo governo para incrementar o crescimento econômico tem sido turbinar o crédito. Em menos de dez anos o endividamento médio do brasileiro saltou de 20% para 50% do PIB, em maio. Até 2010, isso funcionou bem. Porém, neste ano, não está produzindo os resultados esperados. Pelo contrário, a inadimplência da pessoa física, que vem sendo acompanhada pelo Banco Central desde junho de 2000, cresceu de 6% para 8%. Um erro comum é dizer-se que aumentou 2%. Na verdade aumentou 33%, ao ponto do Banco Central Internacional como também é chamado de Banco Internacional de Compensações (BIS) fazer um alerta para o Brasil ser mais cuidadoso. Não obstante o País ser signatário de acordo de respeito às normas do BIS, sendo dos que mais as respeitam, a equipe econômica daqui não lhe está dando ouvidos.

As maiores ações de estímulos recentes começaram em abril, cuja expansão foi puxada pelos bancos oficiais. Logo, a participação deles passou de 21,9% para 22,3%, em dois meses do PIB. Do total concedido neste pouco tempo de novo crédito, os bancos estatais foram responsáveis por 44,6% do PIB. Os bancos privados têm 19,2% do PIB e os bancos estrangeiros têm 8,5% do PIB. O crédito tem sido cada vez maior e as famílias ficam mais endividadas. É bem verdade que nos países desenvolvidos tais proporções do crédito ultrapassam 100%. Mais também é grande verdade que lá eles usam artifícios, tal como não revelar o destino do crédito, tão pouco oferecer garantias claras e suficientes aos bancos de lá, o que não ocorre por aqui.

O crédito imobiliário nacional, para pessoas físicas é de apenas 5,3% do PIB, dos menores do mundo. Não obstante tenha crescido 41,9% em 12 meses, por conta do Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. Tais linhas de financiamentos ficaram congeladas por mais de 20 anos. Os imóveis têm se valorizando bastante. Há também uma contração desse nível de atividade, que passa por uma ‘ressaca’ desde 2011. É bem provável que a cura do ‘porre’ demore pouco. Porém, o incremento da área será a taxas bem menores. Por aqui, o crédito imobiliário exige garantia real e é muito burocrático. A Caixa Econômica Federal é responsável pela maioria das ações e faz enormes exigências. A lista delas ultrapassa mais de cinquenta itens. Por seu turno, o calote do crédito para veículos é recorde no País. Agora mesmo o banco do Brasil está fazendo aporte de R$1 bilhão no banco Votorantim, especialista da área, no qual é proprietário de49% do controle acionário.



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