02/07/2012 - BRIC PERDEU FÔLEGO
Não se tem divulgado nenhum cavaleiro do apocalipse por esses dias, até porque não existe analista econômico que tenha acreditado que a crise se aprofundasse após quatro anos. Este é o quarto ano do que se chama de Grande Recessão. Se há quem ainda pense que não pode piorar a situação, basta lembrar que até o momento as economias que fazem parte da Organização Mundial do Comércio vêm resistindo ao tipo de protecionismo generalizado, o que levaria a situação de ruim para uma ainda pior. O ano começou como otimista e já se encontra em um segundo semestre pessimista. A economia mundial continua em recessão. Quanto ao futuro, ninguém sabe. Porém, a situação está dura, visto que a economia americana pratica juros reais negativos, na faixa de 0,25% anuais, bem como o Banco Central Europeu acena com reduzir a taxa de juros de 1% para 0,75%, o menor nível da sua história, visando reverter expectativas ora existentes.
O grupo original dos emergentes, chamado de BRIC, também não resistiu e perdeu o fôlego que tinha. Nos últimos anos os países emergentes cresceram muito acima da média mundial. No entanto, essa distância está diminuindo. Na verdade, o Brasil veio crescendo bem menos do que o grupo, por volta da média mundial.
A média do BRIC em 2007 era de 11,4% Para 2012, espera-se 6,3% para o grupo. A China, em 2007 cresceu acima de 11,4%. A sua previsão para 2012 é de 8,2%. Aquele país apresenta sinais de desaceleração, o que tem gerado novas medidas de estímulo econômico. A projeção para a Índia em 2012 é de 6,6%. A freada na demanda doméstica diminuiu a atividade industrial indiana e produziu um crescimento de 5,3% no primeiro trimestre, o pior resultado em nove anos. A Rússia tem crescimento estimado para 2012 de 3,8%, embora tenha crescido 4,9% no primeiro trimestre. A Rússia devedesacelerar até o fim do ano, em razão da piora da crise na Europa e da queda dos preços do petróleo. O Brasil começou o ano com previsão de crescimento de 4,5%. No entanto, o consumo mais fraco reduziu a estimativa de expansão do PIB em 2012. No primeiro trimestre a alta foi de 0,8%. A crise internacional também tem afetado as exportações brasileiras. Assim, a estimativa para este ano varia de 1,5% a 2,5%. Um número também próximo na faixa citada seria de 2,2%. As previsões para o Brasil têm sido aquelas que mais encolheram. O governo federal poderá mudar a tônica da sua passiva política econômica, se quiser não voltar á recessão. Portanto, a ideia de que os grandes emergentes estariam imunes à crise caiu por terra.
Comentários
Postar um comentário