18/07/2012 - GANHAR PRIMEIRO GASTAR DEPOIS
Peter Drucker é considerado o pai
da moderna administração. Uma das suas constatações que o celebrizaram vem dos
anos de 1970, a qual se refere ao fato de que a economia mundial a cada década
veria o setor de serviços aumentar a sua participação no PIB, em detrimento do
setor industrial e do setor agrícola. Desde o início do século XVIII o mundo
teria presenciado o agigantamento do setor industrial perante o setor agrícola,
com um setor de serviços que crescia paulatinamente. Em suma, a sociedade rica
é aquela que presenciou o seu nascimento no setor agrícola, fortalecimento no
setor industrial e consolidação com o setor de serviços. A classificação atual
da ONU do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado há quase quatro
décadas, coloca em um dos últimos lugares Serra Leoa, onde o setor de serviços
atinge 26% do aparelho produtivo, assim como em um dos primeiros lugares Hong
Kong, onde o setor de serviços alcança 93% do PIB. Trata-se, portanto, de um fenômeno
natural.
No conjunto das grandes nações do
mundo, entretanto, observa-se um fenômeno do desenvolvimento mais rápido das
últimas décadas, para aqueles países que têm uma taxa de poupança em relação ao
PIB mais alta. Selecionados dez países, o setor de serviços na China é de 43%
do PIB; no Chile, 53%; na Índia, 56%; na Rússia, 59%; na Argentina, 59%; no
México, 62%; no Brasil, 67%; na Alemanha, 71%; nos Estados Unidos, 77%; no
Reino Unido, 78%. Por exemplo, na China, a taxa de poupança é acima de 50%; a
taxa de investimento está por volta de 48%. No Brasil, a taxa de poupança
interna se reforça com a taxa de poupança externa para investir perto de 18% do
PIB. Não sem outro motivo o crescimento do PIB chinês, nas três últimas
décadas, tem sido maior do que três vezes a taxa de incremento do PIB
brasileiro. Na atual onda alarmista deste segundo semestre, as projeções para o
aumento do PIB brasileiro estão em torno de 2%. As do PIB chinês acima de 7%. É
evidente que as nações acima escolhidas têm inúmeros outros pontos de objeto de
análise. Porém, um ponto em comum é de que uma sociedade que poupa pouco tem um
setor terciário forte.
Conforme livros que venderam e
vendem milhões de exemplares, dois livros, um internacional e outro nacional,
defendem que é preciso primeiro poupar para depois investir. O livro “Pai rico,
pai, pobre”, de Robert Kiosaky, descendente de japonês,
do Hawai, bem sucedido capitalista, permanece há mais de seis anos na lista dos
mais vendidos. No Brasil, “O Valor do Amanhã”, de Eduardo Gianetti, bem
sucedido professor brasileiro, também fenômeno de vendas, defende essa máxima
de poupar para investir e não o contrário. Bryan Dyson, ex-presidente da Coca
Cola, em seu discurso de despedida, finalizou: “Viva intensamente e recorde:
antes de falar, escute; antes de escrever, pense; antes de criticar, examine;
antes de ferir, sente; antes de orar, perdoe; antes de gastar, ganhe...”
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