10/07/2012 - MELHORES E MAIORES
A revista Exame é a maior revista
editada no Brasil, destacando-se 39 publicações anuais das “melhores e maiores’
empresas brasileiras, após 46 anos, desde a edição do primeiro número do
informativo quinzenal Exame, pela Editora Abril. No número que saiu agora em
julho, com mais de 700 páginas de informações econômicas. Em busca de destacar
anualmente as ‘melhores e maiores’, a interpretação geral que fornece a empresa
é a da ‘prata da casa’. Isto é, em trabalho exaustivo dos balanços dos maiores
grupos brasileiros, neste ano foram analisadas 3.000 empresas, sendo 1.000
delas apreciadas e 500 figuram no grau de excelência.
O trabalho debruçou-se com mais
de 100 pesquisadores, sobre os balanços do ano de 2011. O balanço empresarial é
uma peça contábil realizada basicamente para o Fisco. Deve obedecer a uma série
de leis e traz os desvios entre os enfoques econômico, contábil, financeiro e
legal, pelo menos. Ao selecionar a nata empresarial, o retrato da cúpula não é
o fiel brasileiro. Nas palavras sintetizadoras da revista citada, a seguir, se
pode filtrar o quadro geral.
“Em seu conjunto, os dados desta
edição trazem um retrato do comportamento econômico do País no período recente.
A euforia, definitivamente, ficou para trás. Mas, a elite empresarial
brasileira conseguiu passar bem pela desaceleração econômica. O faturamento
combinado das 500 maiores companhias do País no ano passado cresceu a uma taxa
quase três vezes superior a do PIB, embora os lucros tenham sido menores do que
em 2010. Como os ventos não estão mais soprando a favor do Brasil, é hora de
contar com as próprias pernas para crescer. É o que fazem as melhores empresas
brasileiras – e é o que precisamos fazer como nação” (p.12).“A sensação de
fazer parte de uma economia que avança em ritmo de Tigre Asiático durou pouco
mais de um ano para os brasileiros. De meados de 2009, quando ganhou força a
recuperação do baque sofrido com a crise pós quebra do banco Lehman Brothers,
até o final de 2010, a atividade do País foi frenética. A ampliação do crédito,
a elevação da renda e a alta do consumo de toda sorte de produtos foram
comemoradas. A produção rodou a pleno vapor na maioria dos setores. Muitas
empresas anunciaram novos planos de investimento. O resultado foi um crescimento
do produto interno bruto de 7,5%. . Mas a desaceleração que veio surpreendeu
negativamente. Perdendo gás no decorrer dos meses, a economia brasileira fechou
o ano passado com um frustrante avanço da geração de riqueza de apenas 2,7%.
Aumentos de estoques, inadimplência crescente, dificuldades para competir com
importados e discussões sobre uma suposta desindustrialização ganharam o
noticiário. ‘Os resultados oscilantes são um forte sintoma de que nossa
economia não está estabilizada como se apregoa’, afirma Nelson Barizzelli,
economista da Universidade de São Paulo” (p.58).
A recomendação da leitura pode
ser reportada ao passado, visto que praticamente examina as empresas
brilhantes, escolhendo a melhor das melhores, algumas das quais faliram o outras
não figuram mais como ‘top’, assim como ao futuro, a desaceleração chegou
forte, piorou neste ano e já há quem diga que o Brasil está próximo da
recessão, o que se compreende que a política ortodoxa adotada desde o Plano
Real (1994) acabou seu fôlego, exigindo que se faça planejamento econômico de
longo prazo.
Comentários
Postar um comentário