20/07/2012 - TRANSPORTE URBANO


No Brasil se torna cada vez pior o percurso urbano, tendo em vista que a quantidade de automóveis não para de crescer vertiginosamente desde pelo menos os anos de1950, quando se implantaram as primeiras montadoras de veículos, as quais tinham reserva de mercado. No entanto, no governo Collor, nos anos de 1990 se liberou o ingresso de cerca de 100 indústrias automobilísticas. Os engarrafamentos então transformaram a vida urbana infernal. A construção de metrôshá muitas décadas atrás em sidonão vingaram devido ao alto custo e as demoradas soluções de engenharia. Em Curitiba foi criado desde os anos de 1970 o sistema de ônibus articulado. Ou seja, um grande ônibus, puxando vagão sobre rodas, formando subsistemas rápidos de ônibus, do modelo de corredores convencionais. A ideia foi muito boa e adotada por outras cidades. No entanto, insuficientes para substituir os metrôs.

O fato é que, enquanto a frota de automóveis só cresce, o sistema de ônibus urbanos teve queda de 27% desde 1995, quando alcançou demanda recorde. Duas vezes por ano, a Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos realiza levantamento em nove capitais do País sobre número de passageiros. A última pesquisa disponível, de outubro de 2011, quase 347 milhões de usuários esteve na rede de ônibus de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Fortaleza, Curitiba, Goiânia. Significa uma redução de 130 milhões de passageiros em 16 anos.

O sucesso de novo sistema de transporte urbano mais rápido e barato surgiu em Bogotá, na Colômbia, chamada de Transmilenio. A rede integrada de ônibus inspirada nela contempla cerca de 80 cidades do mundo. Referida solução internacional é chamada de Bus Rapid Transport (BRT) tem sido a melhor substituição dos metrôs. Trata-se de veículos de alta capacidade, articulados ou biarticulados, através de estações fechadas e protegidas, cobrança antecipada de tarifa, embarque no mesmo nível de ônibus, vias exclusivas, cuidado com acabamento interno dos veículos e centros de controle operacional, que permitem indicar ao passageiro o tempo exato de espera.

Torna-se realidade brasileira o BRT. Existem 30 projetos em 15 cidades diferentes com investimentos em obras de R$10,7 bilhões. A rapidez na construção do BRT já movimenta a indústria de carrocerias de ônibus e chama a atenção de empreiteiras. Além disso, a aquisição de equipamentos para os corredores atinge R$8 bilhões. Ao contrário da lentidão dos metrôs, até 2014 estão previstos para funcionar 252 quilômetros de corredores de BRT.

Em demonstração pública de ontem, o governo da presidente Dilma anunciou o PAC MOBILIDADE URBANA, assunto que já vinha sendo debatido há muito tempo, com inversões previstas de R$7 bilhões, contemplando 75 municípios com população entre 250 mil a 750 mil habitantes, principalmente para construção de corredores onde poderão passar ônibus sobre trilhos, outra forma de transporte chamado de Veiculo Leve sobre Trilhos (VLT).

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