16/07/2012 - MAU TEMPO NA ECONOMIA


Semanalmente, o Banco Central divulga o informativo FOCUS, trazendo pesquisa com cerca de 100 analistas financeiros. Pela décima vez, o relatório hoje divulgado traz mais uma retração consecutiva ao número de 1,9%. Os estímulos que deram certo em 2009 não estão funcionando agora em 2012. Há um ano a SELIC era de 12,5% e na semana passada chegou ao seu menor nível em 8%. O governo obrigou os bancos oficiais a baixarem juros e impulsionarem o crédito imobiliário com prazos de até 30 anos. Os bancos privados foram pressionados e reduziram um pouco os juros. O BNDES ampliou em mais R$55 bilhões suas disponibilidades para empréstimos e reduziu juros. Alívios tributários às empresas selecionadas atingiram mais de R$50 bilhões. A equipe econômica informou que as compras governamentais se elevariam neste ano em R$8,4 bilhões. Porém, a inadimplência se elevou em 19% no primeiro semestre. A produção industrial está em queda há quatro trimestres.
Produzir no Brasil ficou mais caro e as importações subiram bastante. Há dez anos os importados representavam 10% das vendas dos itens industrializados, atualmente atingem 22% Sem promover reformas estruturais para reduzir o custo Brasil, as intervenções têm sido tímidas, tais como a restrição a importações de determinadas mercadorias, como calçados e veículos, a compra de dólares para enfraquecer o real, restrições aos investimentos estrangeiros de curto prazo, reduções pontuais de impostos, como a diminuição do IPI de carros e de eletrodomésticos. Os investidores nacionais e estrangeiros têm retraído os seus investimentos. O FMI reduziu sua previsão de crescimento da economia brasileira para 2,5%. Dessa forma, a economia está em círculo vicioso que a impede de crescer mais rápido. 
Algumas amarras são sempre destacadas, as quais se refletem na baixa produtividade brasileira. Na educação, o teste internacional PISA examina anualmente desempenho em matemática e ciências de alunos de 15 anos. Em 2011 foram 65 países testados. A China ficou em 1º lugar; a Coréia do Sul em 2º; o Chile em 44º; o Brasil em 53º. No ensino universitário de pessoas com idade entre 25 a 34 anos, a Coréia do Sul tinha 60% deles; o Chile, 30%; o México, 20%, o Brasil, 10%. O número de dias para abrir uma empresa na Nova Zelândia é de 1 dia; no México, 9; na China, 38; no Brasil, 119. Os procedimentos para abrir uma empresa é de somente 1 no Canadá; no México, 6; na Índia, 12; no Brasil, 13. O custo para exportar um contêiner, em dólares, é de 450, na Malásia; de 500, na China; de 1.450, no México; de 2.215, no Brasil. O custo da eletricidade na indústria, em euros por quilowatt hora, é de 0,04 na Argentina; 0,05 no México; 0,06 na Europa; 0,10 no Brasil. Os investimentos em pesquisa como percentual do PIB é de 4,9 em Israel; 3,5 no Japão; 3,2 na Coréia do Sul; 1,5 na China; 1 no Brasil. O custo trabalhista, isto é, preço da mão de obra na indústria automobilística, incluindo encargos sociais, em euros por hora, é de 1,2 na Índia; 1,3 na China; 2,6 no México; 5,3 no Brasil. As fontes foram consultadas pela revista Veja desta semana, sendo o Banco Mundial, PricewaterhouseCoopers, Instituto Aço Brasil e OCDE.

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