11/07/2012 - PECUÁRIA EM SINAL AMARELO
Não somente a pecuária, a
indústria de exportação, mais outros segmentos estão em sinal amarelo. É claro
que toda a economia vem crescendo menos há mais de 18 meses. A pecuária é um
dos pilares da economia brasileira, não somente por ocupar grande faixa do
território nacional e ter as melhores perspectivas de crescimento do mundo em
prazo muito longo, mas por representar 6,5% do PIB e 18% das exportações totais.
No entanto, não foi alvo recente de medidas de estímulos governamentais. Aliás,
tal política governamental de propiciar incentivos para poucos segmentos
econômicos é errada, visto que o País precisa de verdadeiro planejamento, além
de reformas para toda a economia, dentre as principais delas, sempre citadas, tais
como a tributária, a educacional, da saúde, da previdência, sindical, de
infraestrutura, dentre outras.
No curso da história de mais de
500 anos, os ciclos da pecuária se sucederam, mas sempre teve trajetória
ascendente. No momento, os percalços decorrem pelos embargos dos estados
Unidos, Rússia e África do Sul e da retração de clientes internacionais
importantes, além do aumento dos custos de commodities, que acabou encarecendo
a produção. Acresça-se aos fatos acima, a estiagem da safra americana, o efeito
La Niña no sul do Brasil e a crescente demanda chinesa incrementaram o preço do
milho, O farelo de soja também subiu muito. Matérias primas para a pecuária em
geral. O produtor nacional teve que arcar logo em janeiro com a elevação de
14,1% do salário mínimo. A tarifa de energia elétrica brasileira é duas vezes
mais cara que a praticada em grandes emergentes, apesar da grande vantagem
hídrica brasileira, além da energia ser tributada em mais de 30% acima do
padrão internacional. Enfim, os custos operacionais subiram muito, os preços
estão baixos e a demanda enfraquecida. Resultado: a quantidade de carne bovina
exportada recuou 12%, ao passo que a carne suína se retraiu 5% e a carne de
aves cresceu 3%. O aperto leva ao sinal amarelo, até porque o real ainda
continua bastante valorizado e não há outras medidas de apoio da União.
Desde o início de junho que as
previsões só têm piorado. Surpreendeu,
portanto, que nesta semana a OC DE divulgasse relatório em que prevê freada
para todos os cerca de 40 países que acompanha menos para o Brasil. A OCDE vê
sinais de que o crescimento do País irá se acelerar contra a maré revelada desde
começo de junho. Espera-se que isso seja verdade e que a União tome medidas
mais firmes. No caso da pecuária existe muito campo para ela se expandir em um
mundo que cada vez precisa de mais terras para produzir.
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