05/07/2012 - INADIMPLÊNCIA



O atraso no pagamento do empréstimo é a inadimplência. Na medida em que passa o tempo, o banqueiro procura receber amigavelmente seu dinheiro de volta. Não o recebendo no curto prazo, começa um processo judicial, desde o apontamento do título da dívida, ao protesto ou a execução do mútuo. No caso de poucas chances de recebê-lo, o banco é obrigado a lançar em balanço como ‘crédito em liquidação’. Se recebido, o crédito vira receita. Se não, ele se transforma em prejuízo. Portanto, o aumento da inadimplência é um sinal de que a economia nacional não vai bem. Agora mesmo o crédito pessoal apresenta inadimplido de 8% do total do crédito, tendo subido um terço em dez anos. A despeito de espíritos alarmistas, o crédito no Brasil não é excessivo. Tem sim, crescido de forma excessiva. Isto é, em 30% em média anual nos últimos anos. Porém, ele não chega à metade da renda do brasileiro, bem diferente da situação dos países desenvolvidos onde tal participação ultrapassa 100% do PIB.

Na sua cruzada pela queda das taxas de juros, o governo federal vem batendo de frente com os banqueiros nacionais. A equipe econômica insiste em que o Brasil pratica o maior spread bancário do mundo. Isto é, o maior ganho entre captação e aplicação de dinheiro do planeta. Os banqueiros afirmam que ele é elevado devido aos impostos e aos custos administrativos e burocráticos da economia pátria.

O presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, ontem, declarou que as perdas do sistema bancário neste ano, pela inadimplência, alcançarão R$18 bilhões. “É um número muito grande e, quando começa a subir, é óbvio que a gente fica preocupado. Mas, é um cenário que começa a melhorar, o que é um ótimo sinal. E indica que que as medidas tomadas pelos bancos, para melhorar a qualidade do crédito, estão surtindo efeito”, disse ele.

Muito embora nos últimos meses a inadimplência tenha crescido, principalmente no segmento de automóveis, o referido Setúbal vê sinais de que o calote de curto prazo, entre 15 a 90 dias, está recuando, o que é sinal de melhora no médio prazo. "O crédito vai continuar se expandindo, mas não na mesma velocidade”, disse Setúbal, para quem o crédito irá ser limitado para consumo, mas há espaço para emprestar para investimentos.



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