24/12/2011 - MARCA QUE FALTA


A primeira presidente mulher do Brasil atravessou bem o seu primeiro ano de governo, segundo a população. A pesquisa divulgada nesta semana pelo IBOPE, com 2002 pessoas, colocou-a com 72% de aprovação, percentual superior ao do primeiro ano do governo de Lula, 66%, bem como os 57% do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Credita-se ao seu melhor prestígio a ter avançado mais do que os outros presidentes, ao demonstrar uma posição menos condescendente e mais institucional perante os escândalos de corrupção. Por isso, passou a ser considerada como pessoa mais energética e no sentido da correição. No entanto, recuou nos últimos dois meses, prometendo fazer forte reforma ministerial, algo que também parece que recuará, para não perder a governabilidade, pretendendo manter a base aliada. Portanto, parece que não quer passar à história como “faxineira” da sociedade. Porém, nesse plano político já brigou com os aliados PMDB, PR, PDT, PCdoB e com o próprio PT. Será difícil a recomposição, já havendo sussurros da volta de Lula em 2014 e não mais em 2018.

Iniciou querendo ser aquela que daria fim na miséria e mantendo-se como mão do PAC. Todavia, tais imagens ficaram ofuscadas, porque não criou realmente um programa de resultados próprios, incorporando a erradicação da miséria no Programa Bolsa Família. Por outro lado, reduziu muito o ritmo das obras do PAC e do Programa Minha Casa, Minha Vida. A erradicação da miséria está no mesmo caminho da intenção do presidente Lula, quando criou o Programa de Combate à Fome, abandonando para seguir o Programa Bolsa Família.

No plano econômico, o Brasil sentiu o segundo mergulho da crise internacional. O PIB projetado no início do ano pela pesquisa semanal do Banco Central, ratificado pelo Ministro da Fazenda, era de 5% em 2011. Entretanto, foi caindo a cada pesquisa, estando hoje sendo esperado um pouco abaixo de 3%. Isto é, 2,8% ou 2,9%.

Dessa forma, a presidente Dilma pretende mostrar que tem luz própria, criando a marca que falta, senão Lula será postado como candidato já em 2014.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

DÉFICIT PRIMÁRIO OU SUPERAVIT PRIMÁRIO?

  A política econômica tem como peça de execução orçamentária a possibilidade de obter resultado positivo ou negativo. O superávit primário é a resultado positivo, o que, em tese, serve para pagar os encargos da dívida do governo central. O déficit primário é o resultado negativo, cujos recursos serão captados no mercado financeiro para pagar os encargos ou serviços da dívida pública. O Informativo Focus desta semana trouxe a permanência da projeção do mercado financeiro de déficit primário de 0,80% do PIB, neste ano, o mesmo nível de um mês atrás. Dessa maneira, os economistas das 100 instituições financeiras, pesquisadas semanalmente pelo Banco Central, continuam não acreditando em que o governo federal irá cumprir a Lei Orçamentária Anual de 2024, quando está previsto um pequeno superávit primário de R$2 bilhões, o que representaria zerar a participação relativa do referido déficit no PIB. Muito embora o Ministro da Fazenda tem reiterado que irá cumprir a referida lei do orçamen...
Leia mais

OITAVO FÓRUM FISCAL ÁRABE EM DUBAI

  Realizou-se o oitavo Fórum Fiscal Arábe, em Dubai, onde diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, afirmou que a economia mundial está ingressando em “pouso suave”, após os incidentes globais desde 2020, quando se iniciou a decretação da pandemia do covid-19, advindo também a guerra entre Rússia e Ucrânia, além da guerra entre Israel e o Hamas, onde ambos os conflitos se acirraram e não se vislumbra, em curto prazo, o termino deles. Daquela data até agora as taxas de muros mundiais subiram muito, para combater a inflação global, que ainda persiste, embora esteja com tendência ao declínio. A solução ortodoxa foi de elevação da taxa básica de juros pelos bancos centrais globais. No Brasil, não foi diferente, quando a referida taxa subiu até 13,75% ao ano, no início de 2023 e se encontra em 11,75%. Já se está na quinta queda da taxa básica de juros, a SELIC, cujo ciclo se iniciou em agosto de 2023 e a inflação desceu de dois dígitos, para a casa de um díg...
Leia mais

BANCO ITAÚ MELHOR PERFORMANCE

  No mercado de concorrência imperfeita dos bancos no Brasil, o Banco Itaú é aquele que apresentou a melhor performance entre aqueles gigantes do mercado financeiro, período que compreendeu uma parte do ciclo de baixa da taxa básica de juros. Seu lucro do quarto trimestre de 2023, ora apresentado, cresceu 21% no retorno (ROE), em relação ao igual período de tempo do ano de 2022. O lucro líquido anunciado foi de R$9,4 bilhões do último trimestre do ano. O que dizer desses 21%, em relação aos setores da atividade econômica? O número é espetacular. Poucas empresas tiveram tão bom resultado. Por exemplo, a economia brasileira tem estimado o crescimento de 3% do PIB em 2023. Muitas empresas do comércio, serviços e da indústria nem passaram de dois dígitos de retorno. No quarto trimestre a carteira de clientes se expandiu em 5,3%, a margem financeira em 9% e houve redução da inadimplência, revelou também a Instituição. Em todo ano, o lucro líquido da companhia foi de R$35,6 bilhões. E an...
Leia mais