10/12/2011 - CRITÉRIOS PARA CLASSE C


Acredita-se que o Brasil tem mais da metade da população na classe média. Todo ano o IBGE realiza Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), dissecada pela Fundação Getúlio Vargas, estabelecendo cinco faixas de renda. A divulgada neste ano considera a classe E como um conjunto de cidadãos que tem renda até R$750,00; a classe D, na faixa de R$751,00 a R$1.199,00; a classe C, na faixa de R$1.200,00 a R$5.173,00; a classe B, na faixa de R$5.174,00 a R$6.744,00; a classe A, a partir de R$6.745,00. Logo, o critério da FGV é basicamente renda. Contudo, as empresas de pesquisa consideram as classes brasileiras a partir da posse de bens, da presença de empregada doméstica no lar e do nível de escolaridade do chefe da família. Este é o chamado Critério Brasil. Para os marqueteiros existem sete classes. Estratificam mais para definir com mais precisão os alvos das pesquisas. Dessa forma, a classe E neste ano possuía renda até R$486,00; a classe D, R$797,00; a classe C2, até R$1.128,00; a classe C1, até R$1.710,00; a classe B2, até R$3.113,00; a classe B1, até R$5.572,00; a classe A, a partir de R$9.722,00. Ainda que o leque seja bem diferente dos critérios acima, é consenso que muita gente ingressou na classe média, devido a elevação real da renda através de reajustes do salário mínimo, as cidades estão cheias de automóveis, os aeroportos lotados, imóveis novos tem sido vendidos como nunca. Enfim, um País menos desigual.

A classe média brasileira hoje tem 100 milhões de cidadãos, sendo a renda média do brasileiro de R$1.629,40. Logo, o Critério Brasil é o mais adequado, compondo as classes C2, C1, B2 e pegando até parte da classe B1, o conjunto da classe média. Segundo o Critério Brasil, do ano 2.000 ao ano de 2.009, mais de 25 milhões deixaram as classes D/E e passaram a classe média. Porém, as mudanças estão ocorrendo em todas as classes, no que se refere ao aumento do consumo agregado, conforme se pode observar pelos gastos de alimentação, eletrônicos, eletrodomésticos, vestuário, refrigerantes, produtos de beleza, calçados.

Evidente que as melhorias observadas decorrem da significativa queda do desemprego de 12%, no início do século, para os atuais 6%. Ademais, o que sempre foi acanhado no Brasil, o crédito, disseminou-se de tal forma que se tornou mais fácil, de prazos mais longos e barato para quase todos. Claro, ainda é muito caro, visto que os bancos estão livres em fixar taxas e são aqueles que mais ganharam desde o Plano Real, de 1994.

Nesta semana, a revista Veja dedica 22 páginas à nova classe média. Claro que o Brasil está menos desigual, mas têm problemas muito sérios na educação, saúde, previdência, saneamento dentre outros. Isso “todo mundo” sabe. Mas, vontade política continua sendo a maior limitação. E o que é pior, neste terceiro trimestre de crescimento nulo, o governo reduziu ainda mais os investimentos. Já há quem projete o crescimento de 2011 menor do que 3%. Será que o Brasil dará continuidade ao crescimento medíocre de 1980 até meados do século XXI? Espera-se que não. Mas, otimismo não tem sido a tônica do primeiro ano da presidente Dilma, que precisa urgente reduzir a máquina governamental, para ter mais agilidade, gastando mais em investimentos.

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