08/12/2011 - POLÍTICA INDUSTRIAL TÍMIDA


Os números divulgados neste ano pela produção industrial mostram recuo, quando mais o que o País precisa é de avanço. A política industrial em vigor se chama de “Brasil Maior”, anunciada em agosto deste ano. Um pacote que frustrou principalmente aqueles que aguardavam uma atitude “maior”. Porém, não somente no realismo cambial, mas, principalmente em estímulos à inovação com focos em tecnologia limpa, na utilização sustentável da biodiversidade e no combate as mudanças climáticas. No mundo inteiro se desenvolve forte o consumo consciente e é grande oportunidade para quem tem tantos recursos naturais. Mas, não, o pacote desonerou a folha de pagamentos para segmentos industriais que sofrem concorrência forte da China, tais como calçados, confecções, móveis, softwares. Prevê reduções tributárias de R$25 bilhões nos próximos dois anos para eles. Prorrogou a redução do IPI sobre bens de capital, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves. Abriu linha de crédito de R$2 bilhões, com taxas de juros de 4% a 5%, para combater o efeito estufa. Fixaram a meta de elevar dos atuais 0,59% para 0,90% do PIB os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Aumentar a participação no PIB da indústria intensiva em conhecimento dos atuais 30,1% para 31,5%. Muito pouco para elevar no conjunto a produtividade industrial.

As experiências mundiais deveriam servir de estímulos ao Brasil em elevar a escala para indústrias de painéis solares, desenvolvimento de tecnologias de despoluição de águas, filtros para indústrias pesadas e tratamento de resíduos sólidos. Faltam incentivos para biotecnologia, nanotecnologia, biocombustíveis, tal como o etanol de segunda geração produzido de resíduos. Nesse campo de resíduos é possível ver países integrando indústrias aproveitadoras de resíduos, uma das outras. Bioindústria. Entre muitos segmentos inovadores.

O que falta muita gente sabe. Primeiro é preciso sanar as deficiências no campo educacional. Segundo, quando a inovação for vista como motor para o sucesso da competitividade dos segmentos produtivos, tanto na economia doméstica como em relação com a economia internacional.

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