22/12/2011 - CENÁRIO PESSIMISTA


O primeiro cenário pessimista na grande imprensa para o próximo ano está publicado na última página da revista Isto é, desta semana, escrito por Ricardo Amorim, em coluna mensal, ele que também é economista, apresentador do programa Manhattan Connection, da Globonews, além de presidente da RICAM Consultoria. Referido programa televisivo, de canal pago, passa a muitos anos, tratando de temas polêmicos, “a partir” de Manhattan, numa alusão à ilha de Nova York, a mais rica do mundo.

O artigo dele tem nome de “crônica de uma decepção anunciada”. Alude inicialmente a previsão do governo brasileiro de crescer o PIB a 5% em 2012, enquanto a maioria dos economistas consultados por ele prospecta 3,5%. Para ele, “todos exageraram no otimismo, talvez por muito”. Acompanhando os acontecimentos europeus, para o ano que vem, presume uma recessão que não será branda. “O cenário alternativo, se os europeus forem incapazes de implementar uma resposta ampla e significativa aos desafios atuais, é uma crise crônica de proporções superiores às causadas pelo colapso do banco Lehman Brothers em 2008”. Vai mais fundo, “no caso de um eventual processo generalizado de calotes de países europeus, a probabilidade de problemas financeiros mais sérios, similares aos causados pela quebra do Lehman Brothers é muito grande. Só que, desta vez, o arsenal de combate à crise nos países desenvolvidos está praticamente exaurido. Ao contrário de 2009, eles não podem mais estimular suas economias com aumentos de gastos públicos e redução de impostos. Agora há uma crise fiscal que exigirá exatamente o contrário.”

Argüindo que não poderão baixar taxas de juros já muito baixas. Se imprimir dinheiro, gerará inflação. A China seria o motor da recuperação. Mas, lá, a atividade já desacelerou e há anos se fala que uma bolha imobiliária iria estourar. Todos os dias os noticiários intercalam notícias ruins com notícias ruins, de vez em quando com boas. O primeiro mergulho se deu em 2008/2009. O segundo, para ele, será em 2011/2012.

Conclui seu artigo: “Quem lê habitualmente essa coluna não se surpreendeu com a estagnação do PIB brasileiro no terceiro trimestre deste ano. Não se surpreenda também com um crescimento muito baixo no ano que vem e até com uma pequena queda, se calotes ocorrerem na Europa. Feliz 2013”. Ora, a visão pessimista dele não leva em conta os bons fundamentos da economia brasileira tão alardeados. O mais provável é que a economia fique patinando entre 2% a 3%, frustrando aqueles que sonhavam com crescimento sustentável. Mas, dos males, o menor, o que se desenha é a economia nacional pegando um resfriado e o mundo rico pegando uma pneumonia, o contrário de muitas situações anteriores. Claro, a economia brasileira só será sustentável com planejamento econômico de longo prazo.

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