07/12/2011 - CRESCIMENTO NULO
Repercutiu ontem não muito bem a divulgação do IBGE de crescimento zero do Brasil no 3º trimestre do ano. Referido trimestre deixou a economia estagnada. Em nove meses deste ano o PIB cresceu 2,1%. Em revisão para baixo, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não espera mais o crescimento, cujas declarações dele neste ano foram de 5%, 4,5%, 4% e 3,8%. O fato é que os analistas de uma maneira em geral acreditam em um incremento de 3,2% do PIB. Em relação ao grupo de emergentes chamado de BRICS, a China cresceu em nove meses 9,1%; a Índia, 6,9%; a Rússia, 4,8%; a África do Sul, 3,1%. Quer dizer, o País está na rabada do time, o que é preocupante porque, visto as altas taxas dos outros companheiros do grupo, a recessão européia/americana ainda não chegou aos BRICS.
O fraco desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre fez o Brasil perder seis posições no quadro de países que mais crescem no mundo. Está agora em 30º lugar. Os indicadores de tendência estão apontando a que o País demorará a voltar a crescer com força como em 2010. Isto porque continuam em vigor as medidas contracionistas tomadas no início do governo, de elevação de alíquotas dos tributos, de restrições ao crédito e elevação da taxa básica de juros, muito embora tenha cortado esta três vezes, mas ainda está superior a do final de 2010. Nem mesmo algumas medidas de redução de alguns tributos estão sendo bem consideradas pelos mercados. É preciso ser mais forte, principalmente nos investimentos.
O fato é que o primeiro ano do governo Dilma está se encerrando e ela não realizou nenhuma reforma que prometeu realizar. Pelo contrário, vem administrando o fluxo de caixa para fazer superávit primário de R$70 bilhões, com vistas a pagar parte dos juros da dívida pública. A situação é praticamente a mesma do governo do presidente Lula, na economia brasileira. A ortodoxia continua na política econômica, inflação controlada pela SELIC, superávit primário para pagar juros da dívida, câmbio flutuante, mas extremamente valorizado, bem como investimentos públicos diminutos e muito aquém do esperado.
Convém lembrar que o crescimento sustentável somente se dará com fortes investimentos em infra-estrutura, em reforma tributária, reforma previdenciária, reforma trabalhista, reforma educacional, dentre outras. A presidente sabe bem disso.
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