06/12/2011 - PRODUTIVIDADE QUASE PARADA 40 ANOS


O conceito de produtividade é o de variação relativa da produção em termos de uso de um fator fixo, seja ele capital ou trabalho. No geral, a produtividade do capital e a produtividade do trabalho no Brasil estão estagnadas desde 1965. Por que isto acontece? Segundo a revista Veja da segunda quinzena de novembro, datada do dia 30 passado, baseada em estudos do professor Carlos Feu Alvim, do centro de estudos Economia e Energia da UFRJ, bem como de trabalhos do Conference Board Total Economy Database, o estado latente da produtividade brasileira, em síntese, deve-se à infra-estrutura precária, ao setor público ineficiente e até ao número de feriados, os quais impõem perdas de produtividade às empresas no Brasil. Claro, que é preciso ver os ralos da eficiência e a produtividade conforme o setor produtivo.

Especificamente os ralos são de seis espécies para o capital. 1) Falta de renovação. Muitas empresas nacionais ainda trabalham com máquinas e tecnologia dos anos de 1970/1980, que são menos eficientes. 2) Baixa utilização de ativos. As empresas que funcionam em um turno, terminam deixando máquinas e acessórios parados por muitas horas do dia. 3) Porte reduzido. Mais de 90% das firmas nacionais têm até nove funcionários, o que limita o acesso aos financiamentos. Nos Estados Unidos as microempresas são 54% do global. 4) Planejamento deficiente. As improvisações levam a pesadas perdas. 5) Infra-estrutura precária. Encontram-se com vários pontos de estrangulamento as estradas, portos, aeroportos. 6) Feriados. O ano de 2011 contemplou 14 feriados, sem contar os estaduais e municipais. Nos Estados Unidos, por exemplo, são 10; no Reino Unido, 9. Já para a produtividade do trabalho, em artigo de ontem foi exposto o perfil da educação brasileira, o qual é responsável pela quase nula evolução da produtividade do trabalho durante várias décadas.

Hoje mesmo o IBGE divulgou crescimento zero do terceiro trimestre de 2011, mas a agricultura foi positiva, sendo negativos a indústria e os serviços. O fato é que há 40 anos a agricultura vem crescendo em média 3% ao ano. Não sem outro motivo que está havendo uma reprimarização das exportações brasileiras. O quadro mundial mudou muito no século XXI, o contrário do século XX, no que se refere ao setor primário. Recursos naturais serão o maior diferencial para os próximos cem anos, visto que a população já chegou a 7 bilhões e caminha para fechar o século com 10 bilhões de habitantes.

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