02/12/2011 - PLEBISCITO DO PARÁ


Antes mesmo do resultado, visto que o plebiscito do Pará será realizado no dia 11 próximo, vê-se claramente na grande imprensa as duas posições que cabem na questão: o Estado do Pará deve ser dividido em três ou não. Seriam os novos Estados de Carajás, Tapajós e mantida parte do Pará. Cerca de 4,6 milhões de paraenses votarão. A seguir, ver-se-á o ponto de vista velado da revista de maior circulação do País, a Veja, contrária à divisão, assim como a da sua concorrente, a revista Isto é, a favor. Na verdade, o debate é antes de tudo ideológico. Ou seja, quem quer menos tamanho do governo ou quem quer maior intervenção governamental.

A coluna da última página da revista Veja é escrita pelos seus mais famosos jornalistas, dentre os quais o seu presidente, que sempre escreve na última semana do ano, fazendo um balanço geral. Nesta semana, escreve Roberto Pompeu de Toledo, com o título de “Caro amigo paraense”. O seu ponto de vista, sinteticamente, exposto: “O que escapa à controvérsia é que se trata de ótimo negócio para os políticos dada a orgia de novas instituições a criar, de novos cargos a preencher e de dinheiro a gastar. Tudo isso você sabe. O objetivo dessas mal traçadas linhas é falar de um personagem que depois de muitas peripécias, Brasil afora, agora aportou por aí, metido na campanha do plebiscito. O nome dele é Duda Mendonça. Gentilmente, ele ofereceu seus serviços à causa separatista, ele que, se não vive no Estado, pelo menos tem bois que vivem, na fazenda de sua propriedade no território candidato a virar Carajás”. Está claro que ele é contra aumentar o tamanho do governo e contra um marqueteiro famoso, que tanto já trabalhou para situação como para a oposição.

A coluna semanal de Leonardo Attuch, na revista Isto é, desta semana, intitulada “Carajás e Tapajós”. A defesa da divisão é veemente e com dados taxativos. O último parágrafo é o seguinte: “O Brasil, cujo tamanho territorial é comparável ao dos Estados Unidos (8,5 milhões de quilômetros quadrados contra 9,6 milhões), chegou a um PIB de US$2,19 trilhões em 2010. O irmão do Norte, mesmo combalido, atingiu US$14,7 trilhões, mais de seis vezes maior. Aqui são 27 Estados. Lá, 50. A relação entre produção de riquezas, território e organização administrativa, goste-se ou não, é direta”. Em suma, “dividido em três, O Pará será mais rico e mais cobrado da população”. Ele reforça dentro do texto, mostrando o progresso que aconteceu após a divisão do Mato Grosso em dois, e em Goiás, quando se criou o Tocantins.

Mesmo sem ter-se ainda o resultado, a opção pela criação poderá trazer melhores resultados.

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