SELIC AINDA MENOR DO QUE A INFLAÇÃO
A SELIC de 9,25%, aprovada na reunião de ontem do Comitê de Política Monetária do Banco Central ainda é menor do que a taxa inflacionária de 12 meses, estimada em 10,75% anuais. Mas, o comunicado AA imprensa da decisão, indica que, na reunião de fevereiro de 2020, a SELIC poderá ter mais uma elevação de 1,5% da taxa básica de juros, indo para 10,75% ao ano. Isto é, procurando igualar-se á inflação atual, de doze meses. O fato é que a taxa SELIC bateu no ano passado o menor nível de sua história, chegando a 2% anuais, quando a inflação começou a recrudesce e a passou, ficando assim por muito tempo. O BC veio paulatinamente procurando chegar a igualar à taxa inflacionária ou, a ultrapassá-la, conforme era comum acontecer, visto que não trazia prejuízos, em termos reais, para os aplicadores financeiros.
Consoante o boletim Focus, edição semanal do BC sobre a economia nacional, a inflação de 2021, cuja mediana prevista por 100 instituições financeiras, chegaria a 10,18% ao ano. O centro da meta da inflação é de 3,75%, mediante tolerância de 1,5% para mais ou para menos. A meta com viés de alta prevista pelo governo seria de 5,25% e a expectativa de mercado seria de praticamente dobrá-la. O Ministério da Economia terá de ir ao Senado explicar-se de grande distorção.
A mediana da inflação prevista pelos mesmos citados acima é de 11,25% anuais, para 2022. Quer dizer, o atual mandato do governo terá inflação alta, baixo crescimento (se houver) e empobrecimento da população. Uma situação muito difícil e vexatória para muitos segmentos dos agentes econômicos.
A taxa SELIC veio subindo desde março de 2021, de 2,00% para 2,75%; em maio de 2,75% para 3,50%; em junho, para 4,25%; em agosto, para 5,25%; em setembro, para 6,25%; em outubro, para 7,75%; em dezembro para 9,25%. Este é o maior patamar desde 2017. Em todos os momentos existiram perdas reais para os investidores.
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