ATÉ O BC PREVÊ PIORA EM 2022


Fábio Kanczuk, diretor de Política Econômica do Banco Central (BC) declarou ontem que a piora das condições financeiras fizeram o BC a reduzir a previsão de crescimento econômico para 2022, de 2,1% para 1,0% do PIB, conforme consta do Relatório Trimestral da Inflação. Assim, disse que ao longo de 2021 a inflação deixou de ser um problema relativo ao aumento de preços das commodities e de elevações do câmbio, para ser uma ruptura na cadeia da oferta. Tal ruptura se refere a que os preços dos insumos para a agropecuária e para indústria subiram devido à forte demanda internacional, que gerou escassez deles. 

Os principais fatores para a previsão do BC se reduzir de forma tão drástica assim se devem à retração dos investimentos e do consumo, seja pela redução do poder de compra da população, em face da escalda inflacionária, seja pela redução dos investimentos privados previstos. Por seu turno, a forte demanda agregada dos Estados Unidos impactou na oferta para outros países, notadamente de bens duráveis. Veja-se, por exemplo, como se elevaram os preços dos automóveis, sejam eles novos ou usados.

O diretor Fábio referido acredita que as dificuldades financeiras decorrerão em razão dos riscos fiscais, na medida em que se romperá com a lei do teto dos gastos e se elevará o grau de endividamento público acima de 80% do PIB.

Outro dirigente do BC, a diretora de assuntos internacionais e de gestão de riscos, Fernanda Guardado, em vídeo conferência promovida pelo banco suíço UBS, afirmou que a inflação brasileira chegou ao seu pico em novembro, bem como cairá bastante em 2022 e, em 2023, convergindo para o centro da meta, fixada pelo Conselho Monetário Nacional. Fazendo assim, ele reflete a decisão colegiada de elevar a taxa básica de juros SELIC, até ultrapassar a taxa inflacionária e empurrá-la para baixo, conforme preceitua a teoria econômica ortodoxa.

Fazendo contraponto com os diretores do BC, o Ministro da Economia, Paulo Guedes disse que em 2022 haverá uma desaceleração da economia por conta da alta dos juros básicos, que influenciam a cadeia de juros do sistema bancário. Mas, que poderá ser contrabalançada pela elevação dos investimentos já contratados, em razão das privatizações, e pelo Auxílio Brasil, que fará o consumo se elevar.

Em síntese, as autoridades econômicas acreditam que o PIB cairá do patamar de 4%, deste ano, para o patamar de 1%, no ano que vem, visto que isto estará contratado pelos juros altos, que desestimulam o crescimento econômico, conforme a teoria econômica convencional.

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