31/01/2020 - PESQUISA DA FGV SOCIAL




A Fundação Getúlio Vargas (FGV) promove uma série de pesquisas, somente perdendo em enquetes para o IBGE. Existe um núcleo, periodicamente, realizando pesquisas sobre a distribuição de renda brasileira, chamado de FGV Social. A mais recente pesquisa avaliou a crise da década passada, iniciada em 2014, quando ocorreu forte recessão. Os acertos da política econômica maiores do que os erros, desde o Plano Real, levaram aos superávits primários de 1998 a 2013. Os erros da política econômica maiores do que os acertos de Dilma levaram aos déficits primários desde 2014. Os problemas decorrentes se aprofundaram em recessão prolongada e na luta pela saída do poço recessivo. Consegui-se a estabilidade, após 2017 e até agora houve crescimento anual por volta de 1%. Porém, as desigualdades aumentaram bastante. O que se conseguiu, desde o Plano Real, com a estabilidade monetária, programas sociais e elevação real do salário mínimo resultaram na diminuição da pobreza absoluta de 30%, dos anos de 1990, para 10% atuais. No entanto, 1% dos mais ricos continuou concentrando renda, mais do que os 10% mais ricos e, estes, mais do que os 90% de menos ricos aos mais pobres. Há muita literatura sobre o fato. A máxima do Papa Paulo VI, de que “os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres”, mudou dos anos de 1990 para 2014, de que “os ricos ficam mais ricos e os pobres menos pobres”, conforme anotou a revista The Economist em vários números da década passada. Porém, de 2014 para cá, a literatura mostra que voltou a máxima de que “os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres”, conforme atesta a FGV Social. O Índice de Gini que tinha caído bastante, da casa de 0,6 para a de 0,5. Erroneamente se diz que caiu o Gini de 0,10. Não: caíram 17% o citado indicador. Depois de 2014 está voltando para a casa de 0,6, o que denota elevação do grau de concentração, visto que Gini varia de zero a um. Zero é absoluta distribuição e, um, absoluta concentração.

A FGV Social no último estudo concluiu que a renda per capita da metade mais pobre no País caiu 17% (por coincidência o mesmo número que tinha caído o índice de Gini). Já a dos 10% mais ricos subiu 2,5% acima da inflação. Por seu turno, o 1% do topo da distribuição de renda foi quem mais ganhou de 2014 para 2019. Isto é perceberam mais 10%, conforme citação de editorial da Folha de São Paulo de hoje.

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