30/01/2020 - DÉFICIT PRIMÁRIO PELO SEXTO ANO
Após 16 anos de superávit primário, em 2014, voltou-se ao
déficit primário, já pelo sexto ano. Ou seja, pela sexta vez as despesas
ultrapassam enormemente as receitas. Já no artigo de ontem a referência a uma
dívida pública federal, que cresceu 9,5%, atingindo o valor recorde de R$4,24
trilhões, era aludido o fato do carry over dos déficits primários em sequencia.
Em 2019, o rombo das contas públicas foi de R$95 bilhões. Pelo orçamento anual
aprovado pelo Congresso existia a expectativa de déficit primário de R$139
bilhões. Porém, existiram em 2019 receitas extraordinárias, como aquelas
advindas dos leilões de exploração de petróleo na área do pré-sal. A equipe
econômica do governo central admitiu em campanha das eleições de 2018, que
poderia zerar o déficit primário em 2019. Meses depois de governo, frisou que o
déficit seria de R$70 bilhões. Ficou bem longe disso. “Falar é fácil, fazer é
que são elas”, como é a conclusão da fábula de colocar o guizo no gato.
Ainda que negativo o resultado de 2019, de R$95 bilhões, ele
é o melhor resultado das contas públicas, desde 2015, quando fora de 120,4
bilhões; em 2016, de R$161,2 bilhões; em 2017, de R$124,2 bilhões; em 2018, de
R$120,2 bilhões. Em 2014, fora de R$23,4 bilhões. Para o economista Mansueto
Almeida, Secretário do Tesouro Nacional: “Não é um resultado para se alegrar e
soltar fogos. A situação fiscal do Brasil ainda é muito frágil”. Referido
aperto fez com que o governo reduzisse em muito a sua participação em
investimentos em infraestrutura. Por outro lado, os leilões de concessões e de
privatizações estão atrasados. Com eles o governo federal poderá diminuir o
déficit primário. Porém, sem dúvida, a volta de superávit primário somente
ocorrerá com crescimento econômico robusto, acima de 3%.
Três reformas ainda são muito poucas. Vale dizer, a reforma
do teto dos gastos, a trabalhista e a previdenciária. Os empresários aguardam
para investir com convicção, quando forem aprovadas as reformas tributárias e
administrativas, além de vários marcos legais para investimentos, dos quais se
destaca o da infraestrutura.
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