28/03/2019 - DESARTICULAÇÃO POLÍTICA COM A ECONÔMICA




Para sair do marasmo da economia, dos anos de 2017 e 2018, depois da forte recessão de 2014 a 2016, além dos equívocos graves cometidos pela ex-presidente Dilma Rousseff cometeu de 2011 a 2014, o novo governo foi eleito prometendo as reformas econômicas estruturais. Assumindo o mandato há 87 dias, Jair Bolsonaro teria que mandá-las ao Congresso, fazendo a articulação política. Somente enviou a reforma da Previdência e não tem feito a articulação política. Logo, prejudicando a economia nacional. A maior prova disso é que a bolsa de valores recuou ontem 3,57% e o dólar atingiu R$3,95, o maior valor em 6 meses. O bate-boca do presidente da República com o presidente da Câmara de Deputados, durante cerca de cinco dias, ensejou ao mercado nervosismo e de existir o risco da não aprovação da reforma da Previdência.

O IBOVESPA, que já atingiu 100 mil pontos há poucos dias, retornou para 91 mil pontos, cotação de janeiro. Uma queda de 9%, em menos de três meses. O dólar esteve ontem na cotação do dia 1º de outubro do ano passado, antes das eleições presidenciais. O mau humor do mercado financeiro começou logo cedo com a derrota sofrida pelo governo anteontem. A Câmara de Deputados aprovou em dois turnos a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do orçamento impositivo. O presidente do Senado, por sua vez também acredita que será logo aprovada a citada PEC. Ou seja, de obrigar o governo a executar todos os investimentos previstos no orçamento. Referida PEC estava desde 2015, tramitando na Câmara, sem entrar na pauta diária. A referida medida vai de encontro ao que tem anunciado o ministro da Economia, Paulo Guedes, de que iria enviar a PEC do pacto federativo, desobrigando o governo central de realizar um conjunto de gastos, que hoje são obrigatórios. Ou seja, sabe-se que mais de 90% do orçamento está engessado. Na briga em referência, o mercado entendeu que a PEC do orçamento impositivo aprovada na Câmara mostrou a força daquela Casa e à fraqueza do governo.

Ao sugerir que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, estava preocupado com a prisão do seu sogro, ex-ministro Moreira Franco, envolvido com Michel Temer em denúncias de corrupção, já solto, Maia disse que Bolsonaro deveria se preocupar em governar, o que não tem feito direito. Pra ele, basta olhar que existem 12 milhões de desempregados, 15 milhões de cidadãos abaixo da linha de pobreza, 60 milhões de assassinatos por ano e, o que é pior, está havendo a redução da capacidade de investimento do Estado. Maia tem razão e se espera que Bolsonaro mude o seu comportamento, que está sendo igual àquele de quando era do “baixo clero” da Câmara.

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