18/03/2019 - CINCO ANOS DA LAVA JATO




Ontem fez cinco anos do início das investigações da operação Lava Jato. Foram 60 fases deflagradas; 426 denunciados; 259 mandados de prisão; 159 condenados; 2.294 anos de prisão estipulados; 49 pessoas permanecem presas; 15 cumprem pena em segunda instância; 29 empreiteiras descobertas sob a forma de cartel. Ela é celebrada e criticada. A operação Lava Jato desbaratou um esquema de corrupção na Petrobras e em órgãos públicos. As investigações estão centralizadas na justiça federal em Curitiba, Paraná, comandando as diferentes ações da Polícia Federal.

A corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa são os delitos cometidos pelos condenados. Professor de direito da Universidade de São Paulo, Pierpaolo Cruz Botini, em declarações a Folha de São Paulo, traçou um leque amplo da citada operação: “destaca a importância das leis anteriores à Lava Jato, como as que estabeleceram a colaboração premiada e o acordo de leniência, além da informatização da justiça e do uso extensivo de dados, fatores que impulsionaram a investigação... Os números comprovam o ineditismo – e o gigantismo – da operação. De Curitiba partiram as ordens para 269 mandatos de prisão, 1.196 buscas e apreensões e 159 condenados até aqui, que incluíram o ex-presidente Lula, empresários do quilate de Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro; os ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci; além parlamentares como Eduardo Cunha e Gim Argello”.

Ou, nas palavras de Tracy Reinaldet, doutor em direito penal pela Universidade de Toulouse: “O processo penal orbita por dois pólos: garantista e punitivista. Há uma margem de manobra, historicamente, para essa calibragem”.  

Não sem motivo, a economia ingressou em recessão justamente em 2014 até final de 2016, quando o cartel das empreiteiras foi desbaratado. As obras públicas, tanto do setor elétrico como aquelas do PAC, que começaram em janeiro de 2007, colocou a corrupção na forma sistêmica. As construtoras recuaram, assinaram acordos de leniência, desempregaram e reduziram bastante de tamanhos. Os reflexos se sentiram no PIB, que até hoje não se recuperou.

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