19/03/2019 - BOLSA SE DESCOLANDO DA ECONOMIA REAL
No dia de ontem, em que o Banco Central apresentou o seu
indicador de atividade econômica, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, para
janeiro, de - 0,41%, em relação a dezembro, quando o mercado financeiro
esperava - 0,1%, a bolsa de valores de São Paulo bateu mais um recorde,
superando os 100 mil pontos no pregão, mas fechando ainda nos 99.993 pontos. Ontem
mesmo, dados coletados pelo Banco Central e publicados semanalmente, mostram
que as expectativas de mais de 100 economistas são de piora do cenário
econômico. A taxa do PIB para este ano caiu de 2,29% para 2%. Em junho de 2018
tinha chegado a 3% para 2019. Na semana passada foi um misto de decepções de
dados do varejo, da produção industrial e dos serviços. Assim, não há uma
explicação da economia doméstica para a bolsa continuar fazendo recordes. Já na
economia internacional as notícias são de que os Estados Unidos e a China estão
costurando um acordo comercial e de que os Bancos Centrais não irão elevar os
juros, o que se refletiria no nível de atividades. Por isso, as bolsas mundiais
subiram na última semana e a bolsa brasileira acompanhou tal ritmo. Por
oportuno, o fluxo de recursos estrangeiros na bolsa nacional, que vinha sendo
negativo no ano se reverteu agora em março. Ademais, nesta semana tem reunião
do Banco Central, em que já há quem prediga que a taxa SELIC poderia cair, mas
isso não é unanimidade entre os economistas. O fato é que a SELIC caiu tanto,
foi ao seu nível mais baixo e a economia não reagiu bem. O mercado já fala que
não basta somente os juros caírem, mas deve haver crescimento econômico. Por
seu turno, alguns analistas financeiros estão acreditando que a reforma da
Previdência a ser aprovada, será uma boa reforma.
Existe uma máxima de mercado de que a bolsa de valores se
antecipa aos fatos positivos. Subindo antes que eles ocorram. Ou, caindo antes,
quando ruins, deles ocorrerem. O fato é que a reforma da Previdência poderá ser
menor do que o projeto de lei e a bolsa farão os seus reajustes.
Nesta semana são aguardadas novidades em projetos
governamentais, ligados a situação financeira dos Estados e à política de
privatização.
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