03/03/2019 - BÔNUS PARA POLÍTICOS NOVATOS
Pensar que iria acabar o “toma lá, dá cá”, entre os poderes, já
começou em cerca de 60 dias do novo governo. Assim, para aprovar a reforma da
Previdência, o Palácio do Planalto resolveu abrir o cofre. A articulação do
governo é procurar agradar congressistas novatos com repasses individuais que
podem ficar perto de R$5 milhões. O total liberado poderá ser de
aproximadamente R$1,4 bilhão. Os congressistas de primeiro mandato são 243 dos
513 na Câmara de Deputados e 46 dos 81 no Senado. O valor exato não está ainda
definido, mas a Casa Civil negocia a concessão de uma espécie de bônus para os
novatos, vez que eles só terão direito às emendas parlamentares a partir do ano
que vem. Quer dizer, se os deputados reeleitos farão emendas parlamentares para
a conclusão de obras já em curso, além de ações para serviços de saúde e de
educação, ficarão melhores do que os novatos, em relação aos eleitores de suas
localidades.
É uma farra de dinheiro público. Os parlamentares reeleitos
cada um deles receberá R$15,4 milhões, para despesas previstas no orçamento
deste ano. No curso de 2019 serão gastos R$9,2 bilhões para as emendas
obrigatórias dos congressistas. O fato é que os dinheiros das emendas referidas
sempre foram moedas de troca entre o Executivo e o Legislativo, em votações
importantes para novas leis, tal como é a reforma da Previdência. Mesmo tendo
afirmado que não negociaria o novo Executivo já faz também acenos para aceitar
indicações de cargos no segundo escalão, tanto no governo central como nos
Estados. Esta é uma prática antiga, que o atual governo disse que não
realizaria. O discurso oficial era de que preencheria tais cargos através de
critérios técnicos. O argumento de defesa do Executivo é de que todos os
congressistas novatos receberão citado crédito.
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