12/03/2019 - BAIXA TAXA DE POUPANÇA
A Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), baseada
em São Paulo, exerce defesas dos emprestadores e dos tomadores de crédito,
através da educação financeira, cadastro positivo para todos, proteção dos
dados e cidadania financeira. Esta última é incluir os cidadãos no sistema de
crédito, para bem usá-lo, visando seu progresso. Em síntese, a carência de
educação financeira da maioria da população nacional faz com a taxa de poupança
média do brasileiro seja baixa, por volta de 14%, que é suplementada pela
poupança externa, para realizar um investimento aproximadamente de 16% do PIB,
atualmente. Isto é baixo. Nos anos de 1970, quando o Brasil cresceu em torno de
10% ao ano, a taxa de investimento estava em 25% do PIB. Claro, isto foi feito
com grande endividamento externo, o que na década seguinte dos anos de 1980, o
PIB pouco cresceu, o que se chamou de a “década perdida”. Aliás, a atual década
de 2010 está sendo comparada àquela. Portanto, taxa de poupança de 14% é baixa,
o que não permite impulsionar o investimento para o Brasil crescer bem.
Historicamente, o brasileiro poupa pouco, diferente dos orientais, por exemplo,
principalmente japoneses e chineses, na faixa de 30% a 40% de poupança média do
PIB.
Pesquisa da ANBC, divulgada em 01-02-2019, com a população
brasileira cadastrada nos sistema de crédito SERASA e BOA VISTA, identifica-se
três gerações tomadoras de dinheiro e quanto mais velha mais devedora. A
geração Z, até 21 anos, população total de cerca de 14 milhões, teria 32% de
inadimplentes; em números absolutos seriam 4,4 milhões de endividados, cuja
dívida média seria de R$1.676,00. Na geração seguinte, a chamada geração Y (ou
Millennials), na faixa de idade de 22 a 37 anos, que concentra 51,5 milhões de
pessoas, a situação piora, mediante 20,6 milhões de endividados, cujo
percentual de endividamento seria de 40%, com uma dívida média de R$3.737,00,
sendo mais do que o dobro da geração Z. Para a geração X, contendo pessoas na
faixa de 38 a 53 anos, população total de 44,6 milhões, número de endividados
de 18,6 milhões, cujo valor médio da dívida seria de R$5.351,00, o impacto é
ainda maior, sendo 42% os endividados nessa faixa.
Os jovens, que são da geração Z, começam a endividar-se
devido ao consumismo e ao imediatismo, arraigados nos brasileiros. Coisas como roupas,
tênis, celulares, notebooks são trocados com frequência, além de festejos em
demasia. Os adultos, que são mais da geração Y, teriam hábitos mais estabelecidos,
querendo desfrutar de melhor padrão de vida, compram carros, moradias, viagens
e outros gastos, o que lhes deixam na média do endividamento de 40% da
população deles. Os cidadãos da geração X, lembrando de 38 a 53 anos, seriam os
mais endividados porque teriam filhos, netos e outros dependentes, continuando a
ampliar o consumismo e o imediatismo. Na verdade, a pesquisa observou que o
padrão de vida das pessoas geralmente está inadequado a sua renda, além da
ausência de uma educação financeira adequada para fazer cálculos e processar as
condições do crédito.
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