27/03/2019 - LEI DE MURPHY DA DÉCADA DA ECONOMIA




Consta da realidade da Agência Espacial Americana (NASA, em inglês), que um engenheiro ficou famoso, enunciando uma lei que tomou seu nome: Murphy. Há textos que fazem referências a mais de uma lei de Murphy. A lei básica tem o seguinte enunciado: “se você pensa que não vai mais piorar, vai piorar”. Pois bem, vem agora a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgar um estudo, por ela publicado anteontem, de que a que economia brasileira pode ter a pior década em, pelo menos, 120 anos. A data base coincide com 1901, ano em que a Fundação Getúlio Vargas passou a medir o PIB do País. Evidentemente, com efeito retroativo, visto que ela não existia em 1901. Conforme dados da publicação citada, a economia nacional cresceu, em média, 0,6% ao ano de 2011 a 2018, baseando-se em dados coletados pelo IBGE. Para 2019 e 2020, a projeção de economistas da FGV para o PIB do País é de crescimento médio de 0,9% ao ano. Dessa forma, se as projeções forem confirmadas, a média de crescimento anual até o final desta década será a pior desde 1901.

O levantamento levou em consideração a série histórica do PIB do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e as estimativas para 2019 e 2020 da pesquisa semanal FOCUS, realizada pelo Banco Central. Para surpresa de quem acreditava que a pior década fosse à de 1980, a chamada “década perdida”, quando a economia cresceu, em média, 1,6% anuais, a atual década, repete-se, se crescer 0,6% ao ano será a mais desastrosa das estatísticas nacionais. Consoante a FGV, somente crescendo em 2019 e 2020, ao menos, 5,7%, a década de 2011, será a segunda década de pior desempenho desde os anos de 1980.

O estudo se diz realista, em face das condições do marasmo atual da economia nacional, visto que pioraram bastante as condições econômicas do Brasil, desde 2014, quando o governo central vem realizando sucessivos déficits primários, tendo elevado bastante a dívida do País e a desconfiança dos agentes produtivos na gestão econômica. De maiores impactos têm sido os últimos quatro anos, de 2015 a 2018, os piores da década. Nesse período, o PIB médio foi de – 1,2% anuais. Só em 2015 recuou - 3,5%; em 2016 caiu – 3,3% (dado retificado; antes era de - 3,5%). Isto somente aconteceu nos últimos 120 anos, em 1930 e em 1931, após a grande depressão mundial, iniciada em 1929. Porém, as intensidades de 2015/2016 foram maiores do que as 1930/1931. Enfim, os erros de política econômica nesta década de 2011 a 2020, principalmente de 2011 a 2014, que levaram aos déficits primários até hoje existentes, fossem muito desastrosos para economia brasileira.

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