29/01/2019 - DÉFICIT EXTERNO DOBROU EM 2018




O balanço de pagamentos do Brasil é composto de quatro balanças. A balança comercial, exportações menos importações, geralmente positiva. A balança de serviços, que sempre ficou negativa, haja vista que os juros da dívida estão nessa balança, além do que o País sempre foi deficitário na área. A soma dessas duas balanças apresenta historicamente déficit externo. Referida soma é conhecida também como balança de transações correntes. O citado saldo negativo é coberto pelo ingresso de recursos da chamada balança de capitais, geralmente positiva. Em 2018 o déficit externo foi de US$14,511 bilhões, praticamente dobrou em relação a 2017. A balança comercial favorável, mas não tanto como em 2017, devido ao crescimento maior das importações. O déficit externo de 2018 representou 0,77% do PIB, enquanto em 2017 fora de 0,35%. A cobertura do déficit foi feito com folga pelo Investimento Direto no País de US$88,314 bilhões, correspondentes a 4,7% do PIB. Boa parte desse dinheiro não foi dinheiro novo, mas empréstimos entre companhias multinacionais. O dinheiro novo mesmo foi de US$61,2 bilhões. Para 2019 a estimativa é de um déficit externo de US$35,6 bilhões.

O déficit externo não causa problema no fluxo de caixa do País, visto que existem mais de US$380 bilhões de reservas internacionais. Elas pagam três anos de importações, sem que se deixe de exportar. Logo, não apresenta vulnerabilidade externa. Os investidores estrangeiros saíram de forma líquida da bolsa de valores em mais de US$4 bilhões no ano passado. Neste janeiro de vários recordes, eles ainda não regressaram. Saíram porque realizaram lucros, depois de dois anos de bom desempenho da bolsa. Provavelmente, não voltarão logo porque a bolsa continua batendo recordes. O investidor da espécie aguardará quando os papéis tiverem melhores preços.

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