20/01/2019 - SUSPENSÃO CRITERIOSA DOS INCENTIVOS FISCAIS
Em campanha, a equipe econômica de Jair Bolsonaro defendeu cortes
dos incentivos fiscais. Paulo Guedes chegou a fixar um valor, logo após a
eleição presidencial, dos cortes, em R$60 bilhões, conforme entrevista dada à
Globonews, como forma de reduzir o déficit primário em 2018, estimado na época
em R$139 bilhões. Ontem, o Secretário Especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade, Carlos Costa, declarou: “Estamos revendo todos os incentivos e
subsídios. Não para acabar, é importante isso. Vai acabar com todos? Não.
Estamos revendo para direcioná-los, quando for o caso, para torná-los mais
efetivos”. A ordem é trabalhar de forma gradual, parA não trazer surpresas para
os empresários. Quer dizer, o discurso é um a prática é outra, visto que o
governo não é tolo de fazer com que os empresários se retraiam e não coloquem
em ação seus projetos engavetados ou adiados. A economia precisa crescer. Mesmo
a economia liberal sabe que em certas áreas e regiões são necessários manter
certas doses de incentivos, senão os investimentos não irão para lá. Ademais, a
prática brasileira sempre foi de concessão deles. Vide o caso do agronegócio e
da pequena produção que, historicamente, têm certos graus de subsídios em
tributos e em créditos oficiais. Veja-se o caso da indústria, que, em certos
casos receber subsídios principalmente do crédito oficial. É imensa a gama de
subsídios, em princípio, estimados em R$376 bilhões, para o atual exercício. A
equipe econômica do governo anterior, de Michel Temer via na época de vencimento
dos referidos, em encerrá-los. Mas, sucumbiu com a renovação dos incentivos e
subsídios para a Zona Franca de Manaus, devido aos grandes lobbies que atuam no
Congresso Nacional, além de ter preservada a malha deles no País. É um vespeiro
mexer na área amazônica, mesmo com um discurso liberal. Somente para este ano a
citada Zona receberá R$24,7 bilhões de incentivos. Eles irão até 2073. Membros
da equipe econômica acreditam que a relação custo/benefício dos projetos daquela
Região é muito baixa, dado que a maioria é de tecnologia intensiva em capital,
principalmente na geração de empregos.
Afirmou ainda o citado secretário que “Nossa tendência é não
rever, porque gostamos de fazer as coisas de maneira previsível e gradual. Se
houver coisas que saltam aos olhos e que sejam importantes para a população, é
possível (uma revisão), mas não é provável”. Ou seja, desdisse o que disse.
Comentários
Postar um comentário