21/01/2019 - DAVOS NA PROCURA DE DINHEIRO




Há décadas que o Fórum Econômico Mundial se reúne na penúltima semana de todo janeiro, na cidade de Davos, na Suíça. Os painéis vêm sendo realizado desde os anos de 1970. Trata-se de um conjunto de eventos com representantes de inúmeros países, ministros, assessores, empresários, multinacionais, doutores, professores, jornalistas, enfim, milhares de personalidades; em resumo, gente rica, os quais discutem onde realizar investimentos para obter lucros, preservar o meio ambiente, delinear ações de combate a doenças, pobreza, controlar a temperatura do globo, dentre outros. De reunião anual hoje existem comissões temáticas que se desenrolam por todo o ano.

O primeiro presidente brasileiro a ir aos encontros mundiais do referido Fórum foi Fernando Henrique Cardoso, em 1998. O segundo foi Lula, em três anos, 2003, 2005 e 2007. O terceiro foi Dilma em 2014. O quarto foi Temer, em 2018. Jair Bolsonaro, empossado há 21 dias, rumou também para lá, deixando a sua cirurgia importantíssima para a sua volta, quando ficará dez dias hospitalizado, para retirada de uma bolsa de colostomia, colocada devido à facada que recebeu. O interessante é que ele desembarca para o evento que reúne a elite da economia globalista. Ele que é contra o globalismo. No entanto, entenda-se ele está lá porque sua equipe econômica é liberal e ele “não entende nada de economia”, como disse em campanha.

O presidente fala em restabelecer a confiança do País no exterior. A sua presença visa atrair investimento, em especial para o agronegócio e para os leilões de privatização. Admite que o Brasil seja muito fechado com o comércio internacional e quer ampliá-lo, sem viés ideológico. Quer dizer sem defender o que os governos de Lula e Dilma defenderam como multilateralismo, em associação com ditaduras africanas e latino-americanas, principalmente, com Cuba, Nicarágua e Venezuela.

Os eventos são de quatro dias, de 23 a 26 deste mês, ocorrendo em um resort em meio a montanhas nevadas, tendo este ano como tema “Globalização 4.0: Moldando uma Arquitetura Global na Era da Quarta Revolução Industrial”. Assim, defender o capitalismo e o liberalismo costuma ser receita certa para agradar aos participantes.


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