06/01/2019 - INVESTIMENTOS ENGATILHADOS




O governo de Michel Temer deixou R$339 bilhões em investimentos engatilhados. Trata-se de projetos potenciais em infraestrutura. Deste montante cerca de R$292 bilhões poderão ocorrer em cinco anos, conforme levantamento feito pelo Banco Itaú BBA, que tem equipe econômica de estudos e projetos. Dentre elas as maiores estão na área de energia elétrica, por volta de R$202 bilhões, em novas usinas geradoras, R$109 bilhões e, em linhas de transmissão, R$93 bilhões. Em seguida vem a área de transportes, onde os projetos de rodovias atingem R$79 bilhões; aeroportos, R$34 bilhões; ferrovias, R$24 bilhões. Em 2019, os investimentos deverão representar 1,6% do PIB, enquanto em 2018 foram de 1,7% dele.

O presidente da consultoria Inter B, especializada em infraestrutura, Cláudio Frischtak, acredita que o ideal seria 4% para este ano, a fim de retomar mais rápido o crescimento. O fato é que, a infraestrutura crescendo abaixo de 2% dissemina efeitos multiplicativos que recuperariam muito poucos empregos, por volta de 1,2 milhão, em relação ao exército de desempregados, em 2018,  quando de 2014 para 2017 a perda de empregos formais foi de mais de 4 milhões, havendo ainda desempregados formais por volta de 12 milhões de cidadãos.

As hidrelétricas previstas são duas no Amazonas; duas no Pará; duas no Acre; duas no Mato Grosso; duas na Bahia; duas em São Paulo; duas no Paraná e duas no Rio Grande do Sul. Dezesseis no total. Aeroportos, 13 grandes deles.  Como rodovia se destaca a Br 364/365, ligando Uberaba a Uberlândia. Já o destaque é a ferrovia Norte/Sul, em construção há 30 anos e que tem edital publicado para seu término. A área de portos tende a crescer mais, não obstante as dificuldades nas concessões portuárias.

No levantamento do Banco Itaú, área de logística e projetos, cujos dados foram fornecidos para o jornal Folha de São Paulo, e publicado hoje, não constou os investimentos na área de petróleo, já de conhecimento público, avaliados em cerca de R$100 bilhões.

A questão do crescimento ainda não tem animado a indústria, conforme estudos do IEDI, que afirma que os industriais aguardam as reformas, muito embora a indústria automobilística, conforme a revista Exame desta quinzena, afirma que vai procurar dobrar sua capacidade no longuíssimo prazo, baseada em carros econômicos.

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