23/01/2019 - MONTANHA MÁGICA
Antônio Delfim Netto, longevo
economista (87 anos), protagonista da equipe econômica dos governos militares
dos anos de 1970 e de 1980, até hoje sabe fazer análise conjuntural e aqui se
registra a sua pontuação da atualidade, que está sendo objeto de exame para
investimentos, em Davos, na Suíça, local chamado por ele de Montanha Mágica,
onde se reúnem principalmente os gigantes capitalistas. Eles são bem informados
e apreciam conjuntos de interesses. O primeiro conjunto se refere à insegurança
jurídica, devido à política na justiça e a judicialização da política. Quer
dizer, pontos de mais afastamento do que de convergência par inversões. O
segundo conjunto se refere à insegurança pública, sendo o Brasil um dos países
mais violentos do mundo. O terceiro conjunto se situa no âmbito de um Estado
ineficiente, que regula mal, burocrático. No cenário do final de 2018: “Terminamos
o ano passado com 1,3% de crescimento do PIB (contra 1,4%, em média, entre
2012-2016); com uma taxa de inflação de 3,7% (contra 7%, em média, entre
2012-2016); com uma taxa de desemprego de 12,2%; com uma relação dívida
bruta/PIB de 77% (contra 54% em 2012); com um déficit primário de 1,6% do PIB;
e com um formidável déficit do PIB de 7,2%”. O quarto conjunto de contas
públicas, que se depreciam com um déficit público, que será reduzido ou
eliminado mediante ajuste fiscal e reforma da Previdência. O quinto conjunto é
atinente à horrível situação fiscal de Estados e Municípios, que necessitam de
uma reforma fiscal desde os anos de 1970.
Na verdade, em Davos, a equipe
presidencial conta com cinco ministros, em destaque para o Ministro da
Economia, Paulo Guedes, que hoje dará seu recado das mudanças liberais que irá
propor, bem como Sérgio Moro, Ministro da Justiça e da Segurança Pública, que
fará também um discurso de mudanças profundas nas inseguranças existentes. Por
fim, Jair Bolsonaro propôs, em seu discurso de ontem abertura comercial e
prometeu cuidar do meio ambiente. Isto é, não sairá, por enquanto, do acordo do
clima feito pelo governo Temer. Na verdade, quando poderá dar errado, o
presidente tem recuado. Declarou, então: “Até o final do meu mandato, nossa
equipe econômica nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer
negócios”. Convém lembrar que, pela classificação anual do Banco Mundial,
chamada de doing business, o Brasil tem ficado na casa dos 120º, entre cerca de
200 países.
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