01/01/2019 - ANO COMEÇA COM MEDIDA INFLACIONÁRIA
A Petrobras retirou, a partir de hoje, o subsídio ao óleo
diesel, que existiu desde a greve dos caminhoneiros de maio do ano passado. Foi
a negociação para findar com o movimento paradista de então. A estatal afirma
também que o novo preço será inferior àquele de 31 de maio de 2018. Portanto,
não acredita em repique inflacionário. Uma explicação numérica, mas que não
procederá no mercado. Toda vez que se eleva preços há tendência de repasse para
os consumidores. O subsídio que houve de R$0,30 custou à União R$9,5 bilhões.
Foi a forma encontrada para acabar com o movimento grevista, em um país cuja
malha de transportes tem 60% movida aos derivados de petróleo. Uma dependência
enorme aos combustíveis fósseis. Para a Petrobras a retirada do subsídio deixa
o preço do diesel ainda inferior em 2,1% ao praticado nos últimos 12 meses.
Ora, houve queda internacional dos preços do petróleo repassada parcialmente
para a economia nacional. O que interessa é ver que o preço do diesel se
elevará em 2,5%, no quadro atual e isso é inflacionário. Ademais, o preço cobrado
pela Petrobras é cerca da metade do preço final do produto, quando são
adicionados os tributos e as margens de lucros dos distribuidores e
revendedores. Por exemplo, neste mês ocorreu já, a elevação do salário mínimo
em cerca de 5%.
O petróleo, em 2018, do tipo Brent, o mais referenciado no
mercado, teve no ano passado uma expressiva queda, depois de três anos de
elevações. O barril fechou o ano cotado a US$53.00, uma redução anual de 21%.
Antes de despencar, a partir de outubro, o petróleo acumulava uma alta de 28%.
Porém, nos últimos três meses se reduziu em 39%. Uma grande oscilação dessa nem
foi comemorada (demonstrada) pela Petrobras, tampouco foi o efeito repassado
fortemente nos preços domésticos, quando acontece o inverso, imediatamente
existe o repasse.
Sem dúvida, o preço aumentou nas refinarias e, na
cadeia produtiva, virá para os demandantes brasileiros. Adicione-se a isso que
a economia será aquecida e com isso vem alguma forma inflacionária. É claro que
não será tanta, visto os juros básicos da economia são os mais baixos já
praticados pelo Banco Central. Entretanto, a inflação não ficará na casa dos
3%, em direção a 4%, como em 2018. Muito provavelmente ficará na casa de 4% em direção
a 5%. Ainda assim cabe no sistema de meta de inflação atualmente praticado.
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