20/04/2018 - FECHA-SE O CERCO À CARNE BRASILEIRA




No momento em que é aprovado um big boss, Pedro Parente, para dirigir a BRF, visando restaurar o prestígio da maior processadora de alimentos do País, os Estados que compõem a União Europeia decidiram, por unanimidade, ontem, proibir as importações de produtos de carne, principalmente aves, de 20 estabelecimentos brasileiros (antes eram 9) autorizados a exportar para o bloco europeu. A medida foi adotada devido “as deficiências detectadas do sistema oficial brasileiro”. Depois veio ao mercado declarar que as condições foram comerciais, em razão da “guerra” iniciada pelos Estados Unidos. A medida atinge 12 fábricas das marcas da Sadia e da Perdigão. A BRF encerrou 2017 com um prejuízo de R$1 bilhão. A empresa é a maior produtora mundial de frangos. Os países da UE recebem 15% das suas vendas. A operação Carne Fraca ingressou em segunda fase, agora chamada de operação Salmonela.

Sabe-se que o que tirou a economia brasileira da recessão foi a agricultura de exportação. Mas, não foi só ela. Foram as exportações em geral, que já acumulam um saldo de US$66,5 bilhões em um ano, até março. Sem dúvida que o processamento de carnes é importante para impulsionar o crescimento. Não deveria recuar. Continua o mercado a acreditar que o indicado Pedro Parente, para presidir sue conselho de administração, poderá dar novo rumo a BRF. Parente é reconhecido como especialista em crises. Foi ele o escolhido por Fernando Henrique para enfrentar o apagão energético de 2001, cuja vitória ocorreu. Em 2016, Michel Temer o chamou para recuperar a Petrobras, o que está ocorrendo. Agora o mercado acionário o indica junto à BRF. Além do mais, a exportação de bens manufaturados tem aumentado mais do que a de produtos agrícolas.

A UE pretende negociar com os Estados Unidos também a questão das tributações sobre o aço e o alumínio europeu. No quadro do mundo cada vez mais protecionista, já há quem perceba, tal como o FMI, que a atual onda de progresso acabará daqui para o final do ano.

Em suma, o frango ficará mais barato para o brasileiro. Mas, haverá demissões no segmento produtivo. Em economia, enquanto alguns ganham, outros perdem. O problema é bem maior quando os ganhos concentram mais ainda a renda nacional.

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