15/04/2018 - CORRUPÇÃO IMPREGNADA




O governo federal lançou o Refinanciamento de Dívidas (REFIS), para facilitar milhares de grandes empresas, principalmente, que têm dificuldades de pagar seus débitos com o imposto de renda. Qual não é a surpresa do mecanismo? A relação pode até ser feita com a série O Mecanismo, de oito capítulos, dirigida por José Padilha, divulgada através da rede de TV Netflix. Entre aquelas empresas gigantes, que querem se beneficiar são justamente cerca de 3.000 delas, envolvidas principalmente com corrupção ou lavagem de dinheiro, conforme informações divulgadas hoje pela Folha de São Paulo. Dentre elas, existem OAS, CONSTRAN, Galvão Engenharia, que já realizaram parcelamentos do REFIS, estando as três em processo de recuperação judicial, dentre outras empreiteiras, que querem parcelar R$4 bilhões. Ou seja, 20% dos débitos em atraso. O governo central não sabe disso? Sabe. Ocorre que a corrupção está impregnada na maioria dos membros dirigentes do poder Legislativo, de muitos do poder Executivo e de alguns do poder Judiciário, não necessariamente nesta ordem e grau, mas é o que se deixa transparecer todo dia, nas operações deflagradas pela Polícia Federal.

Os ganhos ilícitos das 3.000 empresas pelo menos ocorreram desde 2008, devido ao fato de que em cinco anos as dívidas não ajuizadas prescrevem ou prescreveram se não estiverem no âmbito de execução da Procuradoria Geral da República (PGR).

Por que as empresas foram autuadas? Porque fraudaram impostos federais. A Receita Federal não divulgou a lista delas. Porém, ficou-se sabendo que são R$20 bilhões de débitos não pagos pelas empreiteiras investigadas na operação Lava Jato.

Repete-se aqui que a corrupção impregnada no aparelho do Estado, empresas estatais, empresas públicas, empresas privadas, políticos, empresários e uma gama de outros mandatários da Nação se repercutem disfarçadamente no aparelho econômico, tornando-o ineficiente e por isso crescendo pouco. Repete-se também aqui que a economia não está descolada da política. São “farinhas do mesmo saco”.

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