05/04/2018 - DERRUBADA DE VETOS CUSTARÁ R$23 BILHÕES
No país de Macunaíma, ora o Congresso aprova medidas de
gastos que beneficiam os poderes constituídos, ora o presidente da República
veta, ora o Congresso derruba os vetos. Anteontem foi a vez do Congresso se
reunir e derrubar vetos presidenciais, onerando a Nação por mais R$23 bilhões.
Foram decisões políticas que oneraram os próximos governos nos próximos 15
anos.
Em dezembro, o Congresso aprovou novo Refinanciamento de
Dividas das Empresas com o Imposto de Renda (REFIS). Em janeiro, o presidente
Michel Temer sancionou o projeto de lei aprovado pelo Congresso, mas somente
para as grandes empresas, vetando para as pequenas, para aquelas enquadradas no
Programa Simples. O Congresso derrubou o veto e deixarão de ingressar cerca de
R$8 bilhões dessa fonte. O mesmo aconteceu com o FUNRURAL, uma espécie de REFIS
da área rural, cujo veto também foi derrubado. As perdas dele então seriam de
R$10 bilhões. Outros R$7 bilhões deixarão de vir de tributação dos fundos
exclusivos e individuais, categoria específica de grandes investidores, de
ricos, não oferecidos a todos.
No Congresso agem muitos lobbies, crescendo quando o governo
federal se enfraquecer e estão próximas as eleições majoritárias. São bancadas
como a ruralista, a evangélica, a da bala, dentre outras. A da construção civil
era a mais forte, porque estava por trás de quase todas. Porém, a operação Lava
Jato ousou desmontá-la.
A indústria mais forte e mais dinâmica, a do setor
automobilístico, luta para aprovar o Programa Rota 2030, que se traduziria em
vários subsídios em uma gama de impostos. Ora, justamente quem menos precisa é
quem mais pleiteia.
No âmbito de benesses, a Caixa Econômica Federal se prepara
para oferecer créditos beneficiados e de largo prazo aos Estados e municípios.
Existe muita coisa mais e que não é propósito abordar neste
espaço.
Então como reduzir o crescente déficit primário?
Comentários
Postar um comentário