12/04/2018 - GANGORRA DA RECUPERAÇÃO
O novo Ministro do Planejamento, Esteves Colnago, projetou no
seu ingresso que o governo continuará a fechar as contas no vermelho pelo menos
até 2021. Quer dizer, colocou no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
três anos de prejuízos. Ou seja, déficit primário, desde 2014, quando as
despesas do governo ultrapassaram as receitas, associadas ao pagamento de juros
da dívida pública, sendo este somatório o déficit nominal, que turbina ainda
mais tal valor conjunto. A sua estimativa é de que haverá um déficit nominal de
R$490 bilhões em 2019, de R$510 bilhões em 2020 e de R$522 bilhões em 2021. Ao
anunciar tais previsões, a nova LDO trará a previsão de um crédito suplementar,
a ser aprovado pelo Congresso, como forma de não descumprir a regra de ouro em
2019. O propósito da lei da regra de ouro é evitar que a União s endivide para
pagar gastos correntes, como despesas com pessoal, deixando a conta para
futuros governos. O crédito suplementar será de R$254,3 bilhões.
O fato do Estado não realizar grandes investimentos tem
colhido oscilações de indicadores, ora positivos, ora negativos. O País
ingressou no segundo ano nessa gangorra de recuperação. O desemprego de 13,1
milhões de trabalhadores não estimula o consumo das famílias, que é 65% do PIB.
As indefinições políticas não atraem os capitais privados. As parcerias
público-privadas são feitas a passos de cágado. A safra agrícola será a segunda
maior da história. Porém, só perderá para a safra excelente do ano passado. No
entanto, no cálculo do PIB terá pequeno reflexo negativo, considerado o
exercício passado. Em fevereiro o comércio caiu, bem como nos serviços e na
indústria. Depois de 11 trimestres consecutivos e recessivos, a gangorra da
retomada tem deixado impacientes muitos brasileiros.
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