01/05/2018 - SECA NORDESTINA JÁ DURA SEIS ANOS E PARECE QUE TERMINARÁ AGORA




A região Nordeste é um dos maiores bolsões de miséria do mundo à semelhança da região subsaariana. Grande parte do seu território é sujeita à falta de chuvas. A área do semiárido sofreu muito com a colonização, quando se implantou a cultura da cana de açúcar, em grandes plantações, onde somente prevalecia ela. O gado estava fora do engenho. No século XVI a região conheceu o auge da produção açucareira, principalmente durante a dominação holandesa, de 1630 a 1660. A saírem de Pernambuco, os holandeses destruíram cerca de 100 engenhos de açúcar. O desmatamento só aprofundou a desertificação de vasta área. Ou seja, a extração do pau-brasil e a plantação de cana aprofundaram as regiões sujeitas à seca.

Em 1692 o semiárido começou a ser ocupado por fazendas de gado. Adveio uma forte estiagem que fizeram migrar a população rarefeita para Minas Gerais. De 1721 a 1727 ocorreu uma seca muito prolongada, sete anos. Afetou os Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Além da seca, as pessoas mais carentes sofreram com a peste. De 1791 a 1793, o governo de Pernambuco pediu ao governo da Bahia que enviasse farinha para reduzir a fome. A seca fez com que região tivesse de fazer um estoque de alimentos para futuras secas. De 1877 a 1879 o flagelo retornou. Houve grande êxodo rural, em direção a terras férteis. Em 1915 outra seca brutal e o governo do Ceará criou um campo de concentração para que não saíssem os retirantes. De 1979 a 1983 o governo militar incumbiu à SUDENE para gerar milhares de empregos temporários. Em 2001 o Rio São Francisco atingiu seu menor volume. A época coincidiu com a crise nacional de falta de energia. De 2012 a 2018, esta que está sendo considerada a pior crise, que já estava ultrapassando aquela de 1721 a 1727.

Contudo, a chuvas vieram fortes neste mês. Os açudes estão enchendo.  A esperada transposição de águas do rio São Francisco, já teve inaugurado o eixo Leste. Os benefícios chegaram a Campina Grande, na Paraíba, aliviando a situação calamitosa de 450 mil habitantes. O eixo Norte será inaugurado no ano que vem. Faltará água para realizar a referida transposição, cujas obras começaram dez anos atrás e já consumiu mais de R$10 bilhões? Ela continua sendo uma incógnita em todo o cenário de vidas secas. O fato é que o Nordeste de hoje já está menos seco.

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