30/06/2015 - EXPECTATIVAS DO PRÓXIMO SEMESTRE
Como acontece semanalmente, o
Banco Central informa as taxas médias das previsões de 100 representantes de
instituições financeiras credenciadas. Pela 11ª vez consecutiva, a inflação
continua em alta, agora cravada em 9%. A estimativa anterior era de 8,97%.
Muito embora a instituição continue afirmando, que em 2016 a inflação chegará
ao centro da meta de 4,5%, as previsões pela média dos entrevistados repetem
5,5% da pesquisa anterior para o próximo ano. O Banco Central (BC), mais
ortodoxo do que nunca na era Dilma, já avisou que poderá elevar a taxa básica
de juros na próxima reunião, a SELIC, hoje em 13,75% ao ano. Somente deixará de
elevá-la, quando a inflação convergir fortemente para o centro da meta. A SELIC
é o referencial para os juros em geral. Ao aumentá-lo o BC estimula as
aplicações financeiras, em detrimento da produção. A ideia dele é de frear o
excesso de demanda que provoca a elevação de preços.
O fato é que, desde os
acontecimentos da corrupção identificada na Petrobras, em março de 2014,
através da operação Lava-Jato, investigada pela Polícia Federal, a maior empresa
brasileira recuou bastante sua produção, reduzindo investimentos e ainda continua
na crista da onda dos acontecimentos sensacionalistas. O impacto foi muito
grande e ocorre até agora. Ontem, divulgou um corte de 37% nos investimentos no
seu Plano de Negócios, para o período de 2015-2019, sendo US$90,3 bilhões a
menos do que o projetado no Plano de Negócios de 2014-2018. Acrescentem-se os
resultados dos déficits brasileiros nas contas nacionais e internacionais, o
País precisou fazer neste ano um enorme ajuste fiscal, neste ano de 2015. Face
ao exposto, o exercício anual demonstra uma retração geral nos negócios e nas
expectativas dos brasileiros.
Dessa forma, vê-se, por exemplo, a
Fundação Getúlio Vargas, divulgando o Índice de Confiança do Consumidor com
recuo de 1,4% em junho, em relação a maio, atingindo 90,7 pontos, o menor nível
da série histórica iniciada em 2010. A Confederação Nacional da Indústria (CNI)
informou que o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor caiu 2,5% em junho,
em relação a maio, atingindo o pior número desde junho de 2001. Segundo ainda a
CNI, as expectativas dos consumidores com relação ao desemprego subiram 7,3%. Já,
para CNI, as expectativas do endividamento dos consumidores recuaram 3,8% em
junho, em relação a maio, bem como as expectativas sobre a renda do trabalhador
caíram 12,7%, na mesma base de comparação.
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