10/06/2015 - DOAÇÕES DE CUNHO POLÍTICO
Na esteira da operação Lava Jato,
que investiga há mais de um ano o esquema de desvios de recursos da Petrobras,
já reconhecidos como superfaturamentos de R$6 bilhões em balanço do final de
2014, continuam havendo delações premiadas de diretores de empreiteiras, de
doleiros e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal. Este
tem feito inúmeras denúncias, para ter pena menor possível. Na Petrobras, de
2004 a 2012, ele confirmou que as empreiteiras das suas obras doaram muito
dinheiro aos partidos políticos da sua indicação, PT, PP, PMDB, além de,
especificamente, mais de 40 políticos de alto calibre. Declarou ele, que, de sã
consciência não acredita que uma empreiteira iria doar milhões se não ambicionasse
bilhões em obras superfaturadas.
Da citada operação, a Polícia
Federal divulgou o laudo 1047/2015, que foi a ela anexado, mostrando que a
construtora Camargo Corrêa repassou R$183 milhões, para “doações de cunho
político”. A novidade é que se refere ao pagamento de R$3 milhões ao Instituto
Lula. Foram três pagamentos de R$1 milhão cada, sendo R$2 milhões registrados
na contabilidade da empresa como “Doações e Contribuições”. O outro R$1 milhão ficou na rubrica “Bônus
Eleitoral”. O Instituto Lula informou que os valores foram doados legalmente:
“O Instituto Lula não prestou nenhum serviço eleitoral. Deve ser equívoco”.
Assim, disse ontem. A empreiteira Camargo Corrêa também informou que pagou
R$1,5 milhão, entre 2011 a 2013, a LILS Palestras, Eventos e Publicidade,
empresa do ex-presidente Lula. Esta é a primeira vez que os negócios de Lula
são citados na investigação da operação Lava-Jato.
O referido laudo tem 66 páginas,
efetuado pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto. A perícia foi
realizada na contabilidade da empreiteira de 2008 a 2013, período em que a
Camargo Corrêa recebeu R$2 bilhões de negócios com a Petrobras. Enfim,
estima-se que o relatório em epígrafe ainda terá várias consequências.
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