02/06/2015 - AJUSTE FISCAL DE DOIS ANOS
Ao anunciar que o ajuste fiscal
irá durar dois anos, o Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, praticamente
garante recessão neste período, falando na Fundação Getúlio Vargas: “O Brasil
está elevando gradualmente seu resultado primário para garantir a estabilidade
e viabilizar a recuperação do crescimento de modo sustentável. O esforço fiscal
é substancial, mas ainda assim é mais gradual do que o projetado em 2014 e leva
pelo menos dois anos... A elevação da taxa de juros em curso pelo BC, que é o
competente para decidir sobre essas coisas, é o remédio necessário para trazer
a inflação para o centro da meta”.
Desde 17 de abril de 2013 que a
taxa básica de juros vem sendo elevada, consecutivamente. A previsão dos cem
analistas financeiros consultados pelo Banco Central é de que a SELIC subirá
0,5% em reunião de amanhã e 0,25% até o final de 2015, paralisando em 14%
anuais. Serão 16 elevações. Para 2016, eles acreditam que a SELIC cairá para
12% ao ano. A inflação estimada para 2015 é de 8,39%. Para 2016, a projeção
está estacionada em 5,5%.
O aperto monetário contrai muito
a atividade econômica e retrai o crédito em demasia. A venda de veículos recuou
27% até maio. Em crise, montadoras demitem 22,4 mil neste ano. A indústria da
construção civil recuará 5%. O exercício provavelmente contabilizará um milhão
de desempregados. A esperança é de que a austeridade traga de volta o
crescimento. Mas, em reunião, ontem no FMI, em Washington, o Ministro da
Fazenda declarou que a recuperação será “lenta, tijolo a tijolo”. Ou seja,
disse ele: “Todo mundo quer saber o que está acontecendo como o Brasil. Sétima
economia do mundo botando a casa em ordem”.
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